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Edição Nº 19 - Uneb

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Pluralidade cultural, migração e o ensino da língua portuguesa no ensino fundamental<br />

QUADRO 1<br />

Etimologia do Português padrão<br />

Português padrão etimologia origem<br />

Branco blank Germânico<br />

Brando blandu latim<br />

Cravo clavu latim<br />

Fraco flaccu latim<br />

Obrigar obligare latim<br />

Prega plica latim<br />

QUADRO 2 – Os termos lexicais 3<br />

No Nordeste Na cidade de São Paulo<br />

Abodego<br />

Abufelado<br />

Afetado<br />

Ao realengo<br />

Aviar<br />

Azeitar<br />

Babaquara<br />

Baludo<br />

Bexiga-lixa<br />

Binga<br />

Bispar<br />

Bozó<br />

Espritado<br />

Cagafum<br />

Caipora<br />

Cangerê<br />

Capa-verde<br />

Fabiana<br />

França (CE)<br />

Fubeca<br />

Gê-gê<br />

Miquimba<br />

Mofumbar<br />

Oxente!<br />

Parteira<br />

Picica<br />

torrar a paciência<br />

irritado<br />

tuberculoso<br />

ao relento<br />

cobrar pressa<br />

apressar<br />

babaca<br />

rico<br />

espantoso<br />

cocô (PB), pênis (BA), fim do<br />

cigarro (AL)<br />

roubar<br />

bruxaria<br />

cão hidrófobo<br />

festa de quinta categoria<br />

fumante inveterado<br />

prostíbulo<br />

demônio<br />

ferida<br />

chicote<br />

vagabundo<br />

coisa boa, positiva<br />

besteira<br />

esconder<br />

aglutinação de “o” e “gente”<br />

guarda-chuva arrebentado<br />

ainda em uso<br />

meninote (CE)<br />

pronunciarem probrema, bicicreta... acontece<br />

também na história da língua. (Vide o Quadro<br />

1).<br />

O exemplo clássico da nossa língua foi Luís<br />

de Camões que escrevia em seus belos textos:<br />

ingrês, pubricar, pranta, frauta, frecha, já<br />

que ele era representante da província romana<br />

da Lusitânia.<br />

Para muitos alunos que têm variedades nãopadrão<br />

em cujo sistema fonético não existe encontro<br />

consonantal com L... o professor precisa<br />

ter consciência de que está trabalhando um aspecto<br />

estrangeiro da língua para estes alunos.<br />

2) Quando o paulistano fala titia, a letra t é<br />

pronunciada como ts (como em tcheco). Neste<br />

caso, observamos a ocorrência do fenômeno<br />

conhecido como PALATALIZAÇÃO. Neste<br />

caso, depois do fonema I, tudo é visto como<br />

normal. Porém, se o nordestino fala oytsu,<br />

oitcho, é motivo de riso e escárnio.<br />

3) Gostaríamos de chamar atenção também<br />

para o fenômeno da MONOTONGAÇÃO:<br />

caixa sendo pronunciada sem o i central (caxa),<br />

ou peixe, como (pêxe), presente na fala dos<br />

nossos sujeitos.<br />

4) Vale a pena ressaltar que a produção fonética<br />

do R e RR é uma das marcas de preconceito<br />

lingüístico e que este fonema aponta, entre<br />

outras pertinências, a origem geográfica e<br />

social do falante.<br />

5) Usar taio no lugar de talho, transformando<br />

o lh em i, por influência do elemento africano.<br />

6) Diz-se correno, andano, caíno... ao invés<br />

de correndo, andando, caindo, por conta<br />

do elemento negro também.<br />

7) Falar os infinitivos dos verbos sem o r<br />

final: casá, vendê, menti.<br />

8) Falar apenas o é ao invés do el tônico das<br />

palavras: papé, ané, coroné, e muié ao invés<br />

de mulher.<br />

9) Outro aspecto do rotacismo, troca do l<br />

pelo r: arto, iguar, tarco...<br />

3<br />

A maior parte destas palavras foram retiradas do livro<br />

“Assim falava Lampião: 2.500 palavras e expressões<br />

nordestinas” de Fred Navarro.<br />

178 Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 12, n. <strong>19</strong>, p. 173-180, jan./jun., 2003

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