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Edição Nº 19 - Uneb

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Do monopólio da fala sobre educação à poesia mítica africano-brasileira<br />

Mas, eu quero ser considerado justo por vocês na distribuição desses<br />

poderes, porque na verdade nem todos os poderes têm a mesma<br />

importância, apesar de que todos eles pequenas ou grandes são necessários<br />

para harmonizar o mundo.<br />

Portanto peço, por favor, que tenham paciência porque eu vou ter<br />

que encontrar uma solução.<br />

Todos os Orixá depositaram confiança em Orumilá e partiram aguardando<br />

a solução do problema.<br />

Assim foi que Orumilá pensou, pensou e pensou. Quanto mais ele pensava<br />

encontrar alguma resposta, mais difícil ficava para ele encontrar<br />

a maneira de como poder solucionar o problema dos poderes para os<br />

Orixá.<br />

Um dia ele resolveu sair para dar um passeio na floresta para ver se<br />

clareavam mais as idéias. Enquanto ele estava caminhando distraidamente,<br />

submergido nos seus profundos conhecimentos, Agemó, o<br />

camaleão começou a observar Orumilá.<br />

Conforme vocês devem saber o Agemó não é um bichinho ordinário<br />

qualquer, ele é o camaleão, o servidor especial de Olorum, o que significa<br />

que ele pode mudar todas as cores, para se harmonizar com tudo que<br />

o rodeia. Assim ele ficou sentado e continuou a observar Orumilá. Ele<br />

estava da cor verde escuro, da mesma cor que estava a floresta. Dessa<br />

forma, Orumilá não podia distinguir Agemó entre as folhas. Finalmente<br />

Agemó falou:<br />

- Orumilá meu irmão, você parece muito preocupado. Você o filho<br />

mais velho de Olorum não pode ter nenhuma coisa tão terrivelmente<br />

séria para lhe deixar tão preocupado?<br />

- Oh! Agemó. – Exclamou Orumilá.<br />

- Eu nem notei você aí. Para responder a sua pergunta, saiba que eu<br />

tenho um verdadeiro desafio, que é ter de distribuir os poderes do<br />

mundo para todos os Orixá. Esse é o grande problema que está me preocupando<br />

no momento.<br />

Daí ele explicou para Agemó, dizendo-lhe:<br />

- Alguns Orixá deverão receber um poder menor do que os outros e<br />

eu quero que todos fiquem satisfeitos com aquilo que receber. Como<br />

você sabe, todos os poderes grandes e pequenos, todos eles são importantes<br />

para harmonia do mundo.<br />

Quando Orumilá terminou de falar, Agemó disse:<br />

- Porque você não volta para Orun, o além, e desde lá não avisa e não<br />

manda para o mundo, para Ifé, em determinado dia e hora uma chuva de<br />

poderes, porque assim todos os Orixá vão ficar esperando no lugar determinado<br />

e cada um terá que pegar aquele poder que coube para ele.<br />

Assim sendo nenhum deles vai pensar que houve proteção de sua parte<br />

para um ou para outro.<br />

- Oh Agemó! Meu querido e velho amigo, foi por isso que meu pai<br />

escolheu você como o seu melhor servidor. A sua idéia é brilhante! Isso<br />

é uma verdadeira resposta. Exclamou Orumilá.<br />

No dia marcado, Orumilá fez a seleção e determinou que ia cair chuva<br />

de poderes, todos os Orixá ficaram esperando em um lugar num<br />

76 Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 12, n. <strong>19</strong>, p. 61-80, jan./jun., 2003

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