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Anais DCIMA Final

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Página 163<br />

Importante é também que se ressalve que essa espera não é uma espera ociosa, mas ativa, em que as<br />

condições para enunciar algo (antes não enunciável) possam ser construídas, edificadas dentro do que é<br />

possível se fazer em determinado momento histórico.<br />

Agora, na atualidade, em que os indígenas já adentram a universidade como alunos, há condições no<br />

espaço acadêmico de se enunciar outras demandas, o que tem sido feito pela Associação dos Alunos Indígenas<br />

da Unifesspa. Assim, a universidade se vê inquirida a dirimir demandas culturais que gritam nas metodologias<br />

de ensino e nas posturas epistemológicas. É nessas novas enunciabilidades que percebemos o surgimento do<br />

novo, de novos tempos que ainda não existem, mas que pedem passagem para vir a ser. A atualidade dos<br />

acontecimentos históricos evidencia que um novo se anuncia nos enunciados que circulam na atualidade,<br />

permitindo-nos vislumbrar que o futuro urge no presente, exigindo mobilizações no presente para que possa<br />

acontecer no futuro.<br />

Assim, com a reflexão feita neste trabalho, esperamos ter alcançado o objetivo de estabelecer as<br />

relações entre o poder e o discurso, evidenciando suas condições de enunciabilidade de acordo com os regimes<br />

de visibilidade vigentes em determinado momento histórico, e que esses regimes são permanentemente<br />

tensionados pelas produções de subjetividade dos sujeitos diante dos processos de subjetivação.<br />

Referências<br />

DELEUZE, Gilles. O que é um dispositivo? In: O mistério de Ariana. Lisboa: Vega/Passagens, 1996, p. 83-96.<br />

FOUCAULT, Michel. Sobre a História da Sexualidade. In: Microfísica do poder. Org. e trad. Roberto Machado. 17 ed.<br />

Rio de Janeiro: Graal, 1999, p. 243-276.<br />

_____. A ordem do discurso. Aula Inaugural no Collège de France. Pronunciada em 2 de Dezembro de 1970. 21ª ed. São<br />

Paulo: Loyola, 2011.<br />

_____. A arqueologia do saber. 8ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.<br />

GREGOLIN, Maria do Rosário. O dispositivo escolar republicano na paisagem das cidades brasileiras: enunciados,<br />

visibilidades, subjetividades. Revista Moara - Estudos Linguísticos. Belém, Edição 43. P. 6 – 25. jan /jun 2015.<br />

MIGNOLO, Walter. Histórias Locais / Projetos Globais: Colonialidade, Saberes Subalternos e Pensamento Liminar.<br />

Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. ( Cap. 01 “Pensamento Liminar e diferença Colonial”, Cap. 05 “Subalternidade e<br />

Diferença Colonial”/ “Uma outra língua”)<br />

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Rio de Janeiro: Estudos Históricos, 1989.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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