Anais DCIMA Final

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atinge a dimensão da textualidade, ou seja, não oferece condições para que o aluno construa significativamente
seus próprios textos.
Nesses programas escolares o léxico não está sendo visto como elemento de composição do texto, em
suas funções de criar e dar pistas para a construção dos sentidos, para a coesão e a coerência, uma vez que não
há como se desvincular do contexto em que as palavras estão inseridas. Conforme Antunes (2002, p. 24), ver
o léxico desta forma “implica ver o componente lexical em suas dimensões morfológica e semântica; mas vai
muito, além disso”.
O domínio léxico se faz necessário para que se amplie a capacidade comunicativa dos falantes da
língua, o componente lexical deve servir de base para inserção do aluno no mundo social. Vale lembrar que o
léxico é tão importante quanto à gramática nas suas mais diversas situações de comunicação que
cotidianamente nos vemos envolvido. Desse modo, a ampliação vocabular do aluno é relevante devido às
possibilidades cognitivo-comunicativas que implica. Com isso, a pessoa que dispõe de um vocabulário amplo
são capazes de se expressar de forma clara suas ideias e refletir acerca do que se propõe está em melhores
condições do que outra, cujo acervo lexical seja insuficiente ou pobre.
Sendo assim, quem tiver um vocabulário mais ampliado, expressará seu pensamento melhor e terá
melhores condições de assimilar conceitos, de escolher, de julgar, de se expressar de forma oral ou escrita do
que aqueles cujo acervo do léxico seja insuficiente. Na perspectiva da comunicação, o uso do léxico enquanto
uso socialmente prestigiado da língua, configura-se como uma situação de comunicação e o emprego de
determinada palavra e sua escolha está sempre dependente dessa situação. Segundo Antunes (2002, p. 43),
[…] em um contexto mais formal, dizer “unidade prisional” por “cadeia”,
“grande densidade pluviométrica” por “muita chuva”, “redução da maioridade
penal” por “atribuição de culpa a menores de 18 anos”, para citar apenas esses
exemplos, parece repercutir muito positivamente. Ou seja, certa ampliação
lexical também é marca de um uso prestigiador da língua e, consequentemente,
do falante.
Então, a ampliação do componente lexical do falante, neste caso, o aluno, deve ser prioridade da
escola, uma vez que a língua se constituiu muito mais do que em uma gramática. Para ampliar o acervo
vocabular do aluno, o professor deve exercer em seu papel de mediador da aprendizagem incentivar práticas
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