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Anais DCIMA Final

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Página 596<br />

Farol do bairro. O que separa o bairro da Ponta d’Areia do bairro São Marcos é a Rua do Farol. A análise<br />

histórica dos elementos que compõem o Dirrematopônimo Ponta do Farol, porém, deixa uma dúvida no que<br />

tange ao termo farol, pois tanto o Geomorfotopônimo Ponta d’Areia quanto o Hagiotopônimo São Marcos já<br />

tiveram fortalezas equipadas com faróis para servir de orientação tanto para miliares quanto para marinheiros<br />

e pescadores. Logo, não podemos afirmar que o farol construído em 1753 na Praia de São Marcos, por ser o<br />

mais antigo historicamente, foi o que serviu para denominar o bairro e não o construído na Ponta d’Areia em<br />

1822.<br />

Eis a questão: Ponta do Farol da Praia da Ponta d’Areia, Ponta do Farol da Praia de São Marcos? Sendo<br />

um ou outro, o Dirrematopônimo de natureza física serviu para memorizar tanto um aspecto geográfico da<br />

Baia de São Marcos (extremidade marítima, litorânea) quanto um luzeiro para orientação (farol). O<br />

Hodotopônimo Forquilha também resgata aspectos importantes da Quatrocentenária São Luís porque tem uma<br />

relação estreita com duas significativas vias de transportes da Capital.<br />

Já dissemos noutras oportunidades que o processo de expansão do território de São Luís foi mais<br />

intenso a partir do Antigo Caminho Grande do que por meio dos Rios Bacanga e Anil. Além de servir para a<br />

fixação de moradias ao longo de seu percurso, o Caminho Grande, no contexto de 1713 a 1812, serviu/serve<br />

também como importante via de acesso às Vilas de São Luís por mais de 3 séculos. É somente a partir dessa<br />

relação rodoviária-terrestre entre a Capital, o Paço do Lumiar e São José de Ribamar que podemos entender a<br />

motivação toponímica do Hodotopônimo Forquilha.<br />

A palavra forquilha refere-se à forma de duas linhas que se bifurcam resultando em uma figura<br />

geométrica com formato da letra Y, isto é, de entroncamento que resulta em divisão de linhas. Essa explicação<br />

ajusta-se perfeitamente ao bairro que indica o vértice entre as Rodovias MA 201, acesso a São José de Ribamar<br />

e a MA 202, acesso a Paço do Lumiar. Logo, a natureza antropocultural do Hodotopônimo Forquilha reforça<br />

não só o seu caráter documental, já que testemunhou o processo expansionista do território de São Luís, mas<br />

sua função de arquétipo toponímico, temos um signo da língua (forquilha) que se cristalizou e converteu-se<br />

em um topônimo. O substantivo comum (forquilha) que funciona como estrutura motivada, agora passará a<br />

ser uma forma descritiva que carrega em si a significância do topônimo que nomeia, isto é, a divisão em duas<br />

vias da carroçável, que poderia/pode partir de São Luís tanto para o Paço do Lumiar (MA 202) quanto para<br />

São José de Ribamar (MA 201).<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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