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Anais DCIMA Final

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Página 406<br />

grande mídia brasileira (mais especificamente em teledramaturgia da Rede Globo de Televisão), tentaremos<br />

responder a alguns questionamentos, como: O que os ditos (e não ditos) sugerem acerca da Amazônia? De que<br />

lugares falam estes sujeitos que significam a Amazônia? Quais são as produções de sentidos e seus efeitos<br />

sobre a constituição do ser amazônida? Além do mais, objetivamos também, analisar a reação da comunidade<br />

amazônida materializada nas redes sociais frente aos ditos (e não ditos) daquele lugar midiático. Para tanto,<br />

como corpus, analisamos recortes do episódio A selvagem de Santarém, da série As brasileiras e recorte da<br />

telenovela Amor Eterno Amor, bem como, recortes de postagens de usuários da rede social Facebook quando<br />

opinam sobre tais representações midiáticas. A fundamentação teórica desta exposição está pautada em teorias<br />

de Bhabha (2010), Dutra (2005), Foucault (1979, 2008), Gregolin (2003, 2007, 2008) e Hall (1997). A esta<br />

maneira, este trabalho justifica-se pelo fato de favorecer a compreensão dos mecanismos discursivos pelos<br />

quais a grande mídia brasileira significa o espaço amazônico, bem como, a reação dos sujeitos que compõem<br />

a este espaço frente aos sentidos produzidos pela mídia.<br />

1. Sujeito e identidade: diálogos entre a AD e EC<br />

Conforme mencionado, a fundamentação teórica deste trabalho é composta pelo diálogo entre a AD e<br />

os Estudos Culturais de linha britânica e latino-americanos (doravante EC), sobretudo as reflexões sobre<br />

identidade, identidade cultural e cultura da mídia. Segundo Maria Regina Baracuhy Leite (2009, p. 16):<br />

O elo que relaciona a AD e os Estudos Culturais é o fato de ambas entenderem<br />

a identidade como uma construção discursiva situada em um momento histórico.<br />

Isso significa dizer que ela só adquire sentido nos discursos sociais em que são<br />

produzidas. Por isso, para Hall (2003, p. 109), é preciso “compreendê-las como<br />

produzidas em locais históricos e institucionais específicos, no interior de<br />

formações e práticas discursivas específicas, por estratégias e iniciativas<br />

específicas”.<br />

Ao discutir sobre a problemática da formação da identidade e da subjetividade, os estudos de Stuart<br />

Hall evocam pensadores que subsidiaram os pilares da AD, entre outros, Hall bebe em fontes teóricas como<br />

Freud, Lacan, Althusser e, sobretudo Foucault:<br />

Concordo com Foucault quando diz que o que nos falta, não é “uma teoria do<br />

sujeito cognoscente”, mas “uma teoria da prática discursiva” (Foucault, 1970:<br />

XIV). Acredito, entretanto, que o que este descentramento exige – como a<br />

evolução do trabalho de Foucault claramente mostra – é não um abandono ou<br />

abolição, mas uma reconceptualização do “sujeito”. É preciso pensá-lo como em<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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