Anais DCIMA Final

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de Saúde Indígena da sexta Câmara do Ministério Público Federal, Gustavo Kenner, que em uma entrevista
afirmou o seguinte:
Agente tem um receio muito grande de que o subsistema de atenção á saúde
indígena entre em colapso, já que neste momento vários contratos estão sendo
paralisados. São cerca de 1,2 mil contratos; um impacto enorme. É a paralisação
dos serviços (....). Esse direito não pode ser suspenso (KLEIN, 2016, p.1).
Some-se a isso a ausência de indicadores precisos e eficientes que viabilizem informações sobre o
quadro das epidemias que assolam a população indígena, para que por meio deles os gestores possam tomar
decisões cabíveis de forma a erradicar as mesmas e melhorar as condições de vida da população em questão.
A ausência de indicadores atualizados sobre questões específicas relativas à saúde indígena, nos bancos de
dados de saúde do Brasil tornam os debates sobre as questões de saúde indígena secundários, restringindo-se
na maioria das vezes as conferências específicas direcionadas a população em questão (GARNELO, 2004).
Sem indicadores precisos sobre questões básicas de saúde como as epidemias, não é possível
demonstrar objetivamente a totalidade da situação degradante vivenciada pelos indígenas. Ao se tratar
do monitoramento da coisa pública, é importante que a equipe responsável pelo mesmo conheça de
forma prática e clara a realidade na qual intervém, pois um sistema de monitoramento assistemático,
descontínuo e obsoleto, representa um empecilho para que os gestores identifiquem os problemas
reais e potenciais da realidade na qual intervém, e corrijam com eficácia os desvios tendo em vista a
melhoria do sistema de saúde indigenista (MATUS, 1996 apud NOGUEIRA, 2002).
A mera discordância de que o foco na municipalização é insuficiente e inadequado para tratar das
complexas questões de saúde indígena, sem dados quantitativos e qualitativos suficientes que comprovem tal
situação, tem se demonstrado incapaz de gerar transformações estruturais proporcionadora de novos rumos às
condições de vida da população indígena. Não se pode negar os avanços alcançados com a implantação do
DSEI, pois antes de sua implantação a população indígena contava com práticas filantrópicas para atender as
suas necessidades básicas, no entanto tem-se observado que ao longo dos anos a sua atuação tem se restringido
quase que totalmente a ações de cunho primário, a saber, a medicina curativa e remoção dos casos mais graves
aos hospitais das cidades próximas (GARNELO, 2004).
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