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Anais DCIMA Final

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Página 633<br />

tecnológico, favorecendo o desenvolvimento da mídia como todo (FONTELES,<br />

2010, p. 4).<br />

Em outras palavras, o cenário, político, econômico e tecnológico favoreceu a divulgação de opiniões,<br />

no qual os evangélicos encontraram um “novo ambiente para a propagação de princípios, o espaço midiático,<br />

oferecendo a todos a oportunidade de encontro com uma realidade mítica, no conforto dos lares domésticos”<br />

(FONTELES, 2010, p. 4). Eles também buscaram atuar no espaço público demarcando sua visibilidade, suas<br />

estratégias e suas práticas, tal como construindo seus próprios discursos e visibilidade social, em disputas pelas<br />

posições e hegemonias no campo religioso (SANTOS, 2011). Para tal fim, as igrejas pentecostais<br />

[...] não se limitam a investir na mídia e a pregar com afinco a mensagem<br />

redentora. Procuram também “falar a língua” desse público-alvo. [...] além de<br />

maximizarem a provisão de compensações concretas e imediatas neste mundo,<br />

procuram adaptar sua mensagem religiosa (conteúdo, forma e meios de<br />

transmissão) à vida material e cultural dos estratos pobres, a fim de provê-los de<br />

sentido, significação do porquê se encontram vivendo como vivem e justificação<br />

de sua existência numa dada posição social, fornecendo-lhes recursos simbólicos<br />

e rituais para mudar subjetivamente de vida e vivas esperanças de habitar o<br />

paraíso celestial (MARIANO, 2011, p. 122-123).<br />

Sob esse ponto de vista, Foucault (2008) destaca que os discursos religiosos não são dissociados da<br />

prática de um ritual que determina para os sujeitos que falam e as propriedades singulares e papeis<br />

preestabelecidos. Isso porque também, nas relações e usos que estabelecem com os meios de comunicação,<br />

geralmente, os grupos pentecostais preferem o rádio à televisão, em razão do menor preço de locação ou de<br />

compra das emissoras, seu baixo custo de manutenção e sua elevada audiência entre os estratos mais pobres<br />

da população (MARIANO, 2008, p. 76).<br />

Além disso, Cunha (2004) apresenta que os pentecostais que mais investiram no rádio foram a Igreja<br />

Brasil para Cristo, a Igreja Deus é Amor e a Igreja Universal do Reino de Deus que, inicialmente, compravam<br />

horários nas grades das rádios AM e transmitiam seus programas por meio de várias emissoras.<br />

Diante desse cenário, a midiatização tornou-se uma característica de várias igrejas e grupos<br />

religiosos, nas quais<br />

as práticas e modos de vivência da religião são alterados, repensados no contexto<br />

de uma sociedade na qual várias atividades cotidianas, de relacionados familiares<br />

a questões profissionais, acontecem no ambiente digital e fora dele (MARTINO,<br />

2016, p. 34).<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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