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Anais DCIMA Final

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Página 776<br />

possibilidades no campo que não as projetadas pelo atual modelo de desenvolvimento do país”, que deram<br />

base para a elaboração de uma proposta de Educação do Campo (FERNANDES, CERIOLI e CALDART,<br />

2011).<br />

Segundo Ribeiro, “O movimento camponês, no Brasil, tem obtido importantes conquistas,<br />

principalmente na educação do campo, uma proposta de afirmação dos sujeitos políticos coletivos que vivem<br />

do trabalho com/da terra e que, historicamente, têm sido anulados na educação rural que lhes tem sido<br />

oferecida”. Tais conquistas são resultantes de “mobilizações, marchas e conferências de educação” (2013, p.<br />

436). O que nos faz perceber ao longo desse processo, um acentuado desinteresse por parte do Estado em<br />

ofertar uma educação que atendesse às especificidades dos povos do campo.<br />

O movimento Por uma Educação do Campo, conseguiu que o Conselho Nacional de Educação (CNE),<br />

instituísse em 2002, as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Para Fernandes<br />

(2011), as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, representa o ponto de<br />

chegada da caminhada do movimento e também o ponto de partida, pois a conquista da lei é fruto das lutas,<br />

mas a garantia desse direito depende da permanente organização e luta do movimento.<br />

O discurso na relação constitutiva com o Outro<br />

Para Mainguenaeu (2005), o conceito de discurso tem sido empregado por concepções mito diferentes,<br />

mas a concepção de discurso empregada por ele se aproxima da concepção da escola de Análise de Discurso<br />

francesa que concebe o discurso como “uma dispersão de textos cujo modo de inscrição histórica permite<br />

definir como um espaço de regularidade enunciativas” (MAINGUENEAU, 2005, p.17). Para o autor, o<br />

discurso é ao mesmo tempo linguístico e histórico, pois ele se insere tanto nas regras de uma determinada<br />

língua, como nas regularidades de tempo e espaço.<br />

A linguagem possui uma dualidade, ao mesmo tempo que possui uma estrutura formal, é atravessada<br />

pelos elementos subjetivos e sociais. Não há uma análise do discurso com conceitos e estruturas definidas, ela<br />

varia de acordo com os campos do saber e a escola a qual está filiada. A análise do discurso utiliza conceitos<br />

e métodos da linguística, mas leva em consideração outras dimensões relacionadas com a produção de textos,<br />

tendo como objeto de interesse as formações discursivas. A análise do discurso, não estuda os textos, mas o<br />

funcionamento dos discursos socialmente construídos, “porque o discurso possui sua própria ordem e é deste<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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