Anais DCIMA Final

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As campanhas publicitárias, durante algum tempo, apresentaram em sua tessitura, efeitos de sentidos
que ratificavam estas mesmas regularidades. Na campanha abaixo, apresentada pela marca Duloren, em alusão
ao Dia das mães (2011), as fronteiras dos sentidos construídos em torno da corporalidade da mulher negra são
construídas a partir de recortes de tempos descontínuos, ao relacionar a sensualidade, a pobreza e a ideia de
produção independente, que não deixa de estar atrelada aos nós que relacionam o empoderamento e a
clandestinidade da amante a que se presta a saciar os desejos de seus muitos senhores.
Figura 3 32
A existência desta sensualidade latente, ligada à perversão, também é percebida no jogo de sentidos
estabelecidos, dentro das condições de enunciabilidade oportunizada pelas formações discursivas que passam
a constituir o lugar de onde fala esta negra. Quanto a esta condição que enlaça o marginal e a lubricidade,
Rodrigues (2011, p.64) afirma que “a sensualidade do negro pode atingir então às raias quase das perversões
sexuais mórbidas. A excitação genética da clássica mulata brasileira não pode ser considerada anormal”.
Destarte, os saberes que povoam o arquivo sobre a mulher negra no Brasil, atesta um corpo que é enunciado,
não raras às vezes, em uma atitude de devassidão, atribuída por sua própria forma de ser, ratificada, inclusive
cientificamente.
Na campanha da Duloren (2012), sob o mote “Pacificar foi fácil, quero ver dominar”, a relação da
pacificação, enquanto acontecimento que ratifica o discurso sobre o negro, como produto de práticas marginais
e à margem da lei, é confrontada com o sentido de dominar.
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Disponível em http://tudibao.com.br/2011/12/duloren-e-suas-propaganda-polemicas.html
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