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Anais DCIMA Final

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Página 458<br />

Nacional de Intérprete de Libras, promovido pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos<br />

(FENEIS), em 1988. A FENEIS foi oficialmente fundada em 1978, denominada de Federação Nacional de<br />

Educação e Integração do Deficiente Auditivo (FENEIDA), a partir da iniciativa de profissionais ouvintes. Em<br />

1987, a FENEIDA cedeu lugar à FENEIS, num processo em que os surdos tomaram a frente como sujeitos<br />

ativos nas lutas políticas empreendidas em prol de seus direitos, entre eles a presença de intérpretes de Libras<br />

nos diversos setores sociais.<br />

Nesse contexto, somente a partir da década de 1990 a formação profissional do TIL vai sendo<br />

construída, tendo em vista os ares das políticas de inclusão direcionadas às pessoas com deficiência, e vão se<br />

materializando linguisticamente na legislação brasileira. Em 2002, com o reconhecimento legal da Língua<br />

Brasileira de Sinais, das práticas discursivas centradas na valorização da Libras, entrelaçando educação,<br />

direitos humanos e capacitação, emergiram dos discursos oficiais efeitos de sentidos que levam a práticas nãodiscursivas,<br />

como a organização de cursos de formação para o TIL e para os demais profissionais atuantes na<br />

área de libras.<br />

Nessa perspectiva, como dispositivo regulamentador das orientações acerca da formação do TIL<br />

entrou em cena o Decreto nº 5.626/2005 que, dentre outras regulamentações, dispõe sobre o perfil do TIL. Se<br />

até então os discursos oficiais voltavam-se para o reconhecimento de que o TIL precisa ter formação e<br />

capacitação específicas, o decreto não só ratifica o discurso como regulamenta, de forma a valorizar a profissão<br />

mostrando ser necessário um curso superior na área. Trata-se, assim, de um acontecimento discursivo que<br />

mobiliza saberes e dialoga com discursos presentes em documentos variados oriundos de diferentes momentos<br />

histórico-sociais.<br />

Façamos aqui uma ressalva. É certo que na década de 2000 as políticas inclusivas já haviam ganhado<br />

visibilidade. Os direitos das pessoas com deficiência não poderiam mais ser ignorados e os documentos que<br />

regulamentam tais direitos das pessoas com surdez vieram responder aos regimes de verdade de uma sociedade<br />

que diz ser inclusiva. As mudanças, porém, são gradativas e isso se dá, inclusive, com relação à qualificação<br />

do TIL. O decreto absorve essa transformação não imediata e, ao mesmo tempo, a demanda do atendimento<br />

aos surdos, para delimitar a atuação do profissional tradutor-intérprete de Libras, que, em sua maioria, não<br />

possuíam uma graduação ou curso equivalente voltado à tradução e interpretação de Libras.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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