Anais DCIMA Final

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Isto é, o processo de midiatização demandou uma reestruturação nas igrejas para incluir uma
preocupação com o uso da mídia, diferente de qualquer forma anterior de proselitismo. Mariano (2008)
considera que:
O evangelismo midiático em rádio e tevê constitui o mais poderoso meio para
atrair e recrutar rapidamente elevado número de adeptos. Por sua inigualável
capacidade de introduzir-se diariamente nos lares, o evangelismo eletrônico
apresenta a vantagem de alcançar aqueles que, antes de serem atraídos e
recrutados por determinada igreja, não possuíam relação de confiança, amizade
e parentesco com crentes pentecostais, laços de sociabilidade tradicionalmente
importantes para o recrutamento de novos adeptos (MARIANO, 2008, p. 76).
A principal função do evangelismo midiático é atrair indivíduos aos templos é auxiliar na implantação
de novas congregações. Os programas religiosos que mais atraem as pessoas às igrejas são os que destacam
o poder transformador de Deus na vida dos homens, centrados na exibição de
testemunhos de curas, milagres, intervenções e bênçãos divinas de toda espécie.
[...] mostram-se poucos eficazes aos que enfatizam o ensino doutrinário,
transmitem sermões e discussões teológicas (MARIANO, 2008, p. 76).
Todavia, para Campos (2008) mesmo com a incorporação da mídia, a oralidade nunca foi abandonada
no contexto protestante, pois continuou a ser utilizada nos púlpitos e no proselitismo boca-a-boca. Mariano
(2008) e Menezes (2013) deslindam ainda que o rádio e a televisão foram utilizados frequentemente apenas
nas últimas décadas do século XX, pois, antes de 1950, as igrejas pentecostais estabelecidas no Brasil, resistiam
de forma sectária ao uso do rádio. A Assembleia de Deus no Brasil, somente em 1990, mostrou-se maior
disposição para acompanhar as profundas transformações da sociedade, do pentecostalismo e do campo
religioso brasileiro. Essas transformações na transmissão e reprodução do pentecostalismo fez com que a
Assembleia de Deus no Brasil instituísse,
A Rede Boas de Rádio e TV (RBN), adquirida pelo pastor Samuel Câmara, da
Assembleia de Deus de Belém/PA [...]. Iniciada em 1993, apresenta-se como
uma rede de comunicação totalmente dedicada ao mundo evangélico e tornouse
a maior rede voltada para o segmento (CUNHA, 2004, p. 101).
Dito isto, é bem verdade que os grupos evangélicos buscaram adaptar-se à sociedade em que pretendia
agir, acompanhando o ritmo de mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais que ocorreram no Brasil,
criando uma nova realidade no campo religioso que impôs transformações profundas em termos
organizacionais das igrejas evangélicas que queriam continuar no mercado religioso competindo por fieis
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