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Anais DCIMA Final

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Página 652<br />

nos idosos maiores de percentuais de dependência funcional (BRASIL, 2015,<br />

p.269).<br />

O comprometimento da dependência implicará em uma nova ordem na vida cotidiana dos idosos que<br />

precisam encontrar formas de ajustes e de adaptação para conviver com essa condição, pois o envelhecer<br />

caracteriza-se por transformações importantes, elaborando novos arranjos pessoais, físicos, corporais, sociais<br />

e culturais.<br />

As inúmeras modificações que a dependência traz para o cotidiano do idoso, podem suprimir desejos,<br />

anseios, vínculos estabelecidos com a comida, uma vez que idosos que hoje dependem de cuidadores para o<br />

preparo ou até mesmo para levar a comida a boca, não deixam de ser idosos com memórias que guardam<br />

tradições e saberes de técnicas muitas vezes guardadas a “sete chaves”, e que agora encontram-se atravancadas<br />

pela dependência.<br />

Prescrições alimentares, são tão importantes quanto as proibições, pois toda<br />

cultura identifica dentro de um conjunto de alimentos disponíveis, em cada<br />

ecossistema, o que se deve o que não se deve comer para cada pessoa e cada<br />

estágio do seu ciclo de vida (WOORTMANN, 2013, p.6).<br />

Ainda para a autora, o que deve e o que não deve ser comido, é determinando pelos diversos grupos,<br />

classes sociais, religiões e regiões entrelaçando os elos entre o comer em público, o comer cotidiano, o comer<br />

cerimonial, o comer em familia, que para o idoso possui uma relação simbólica e ritual marcante em sua<br />

trajetória social e de vida.<br />

A memória, tem como propriedade conservar certas informações, e remete-nos<br />

em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, as quais o homem pode<br />

atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como<br />

passadas (Le Goof, 2013, p. 389).<br />

Alimentar é transmitir saberes, valores, sensibilidades e memórias que passam a pertencer a um<br />

determinando grupo. Para Halbwachs (1990 p. 39) as recordações mais difíceis de serem evocadas são aquelas<br />

que constituem exclusividade a nós mesmos, porque parece não pertencer a ninguém se não a nós e os grupos<br />

que as trariam, estão sempre mais distantes, diferentes das recordações de memória coletiva que estão sempre<br />

ao nosso alcance porque se conservam em grupos sociais.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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