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Anais DCIMA Final

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Página 238<br />

[...] a linguagem não é somente um instrumento utilizado para nomear coisas e<br />

situações, tendo, portanto, uma face neutra, ingênua. [...] a linguagem cumpre<br />

certos objetivos e realiza determinadas intenções. Particularmente nos textos<br />

argumentativos, uma série de mecanismos é acionada – de forma mais ou menos<br />

consciente – pelos usuários, com a finalidade de construir teses, elaborar idéias,<br />

assumir pontos de vista e rechaçar preconceitos (CITELLI, 2000, p.6).<br />

Assim, ao se proceder com uma análise argumentativa do discurso, nota-se que a linguagem faz a<br />

interação entre o emissor e o receptor, indo além da troca de informações. É a linguagem sendo encarada como<br />

um instrumento de poder, de pressão, de persuasão. O interesse pelo estudo da argumentação foi mais uma vez<br />

alavancado com os estudos de Perelman (1970), e posteriormente com outros, também, desenvolvidos com o<br />

mesmo interesse.<br />

Desta forma, na visão de Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996), o mínimo indispensável à argumentação<br />

parece ser a existência de uma linguagem em comum, de uma técnica que possibilite a comunicação. Isto<br />

evidencia que, ao se falar em argumentação, há uma correlação direta com a linguagem que fez o argumento<br />

acontecer.<br />

Pode-se dizer que o ato de argumentar perpassa pelo ato linguístico, porém argumentar não é agir<br />

apenas no aspecto linguístico; vai, além disso, pois é um ato que se insere num contexto circunstancial maior,<br />

que envolve o ator principal da argumentação – o produtor.<br />

Para Perelman (1996), o ato de convencer se volta exclusivamente à razão, tudo isso por meio de<br />

raciocínio lógico, provas objetivas, sendo possível atingir um “auditório universal”, cujo caráter é<br />

demonstrativo e atemporal. Enquanto que o ato de persuadir propõe-se a alcançar os desejos, os sentimentos<br />

dos interlocutores, valendo-se de argumentos convincentes, com caráter ideológico, subjetivo, temporal –<br />

encaminhando-se a um “auditório particular”.<br />

Algumas definições são dignas de notas, vejam-se a de Bonini (2005), que retomando as ideias de<br />

Adam, leciona que:<br />

Ducrot leciona que:<br />

Argumentar, no sentido mais elementar, é direcionar a atividade verbal para o<br />

convencimento do outro ou, mais especificamente, é a construção por um falante<br />

de um discurso que visa modificar a visão de outro sobre determinado objeto,<br />

alterando assim, o seu discurso (BONINI, 2005, p. 220-221).<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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