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Anais DCIMA Final

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Página 592<br />

Anil é o nome do rio que nasce no leste de São Luís, desagua no Bacanga e banha a Ilha ao sul na Baía<br />

de São Marcos. Etimologicamente, remete à denominação da planta cultivada pelos índios que os invasores do<br />

Maranhão encontraram nessas terras, a científica Indigofera tinctoria. Desse vegetal era extraída uma<br />

substância de cor azul utilizada como corante de roupas e tecidos pelos habitantes de Upaon-Açu. As etnias<br />

que habitavam São Luís, na época da colonização, tinham o hábito de macerar as folhas do anil para retirar sua<br />

substância azul nas margens de rios, daí resultou a denominação de um dos rios mais importantes da Capital,<br />

o Anil, também conhecido como Rio Azul.<br />

Morar perto de rio é propício porque, além de usar a água em proveito particular, as pessoas podem<br />

desenvolver atividades econômicas como a agricultura e instalação de fábricas ou indústrias, foi o que<br />

propiciou o Rio Anil aos povoadores de nossas terras no início do século XVII, época em que esse lugar passou<br />

a ser explorado pelos colonizadores de São Luís. A exemplo dessa atividade econômica, em 14/05/1728 Pedro<br />

Miguel pediu licença ao rei de Portugal para instalar uma fábrica de beneficiamento do anil aqui, não levando<br />

o projeto adiante, foi substituído por seu filho, José Miguel Aires, que foi autorizado a montar a referida fábrica<br />

desde que o fizesse no prazo de 24 meses.<br />

Foi sob o governo de Pedro César de Meneses (1671-1678) que se concretizou a fundação de uma<br />

fábrica de anil às margens do Cutim. Para sua instalação, trouxeram de Portugal “um operário anileiro e<br />

mandaram buscar cinquenta negros em Angola. Como a produção foi pequena, o Governador, transferindo-se<br />

para Belém, vendeu o estabelecimento” (MEIRELES, 1980, p. 132). O anil produzido por José Miguel Aires<br />

foi exportado para Lisboa, teve boa aceitação e foi requisitada maior produção e qualidade deste. A fábrica<br />

para a preparação do anil, apesar de conseguiu manter o padrão de qualidade europeu exigido, não preparava<br />

a quantidade que justificasse o investimento Del-Rei, por isso foi destituída em 24/12/1771.<br />

Além da fábrica, houve duas tentativas de implantação de Companhia de abastecimento de água no<br />

Anil. A Lei Provincial n° 287, de 04/12/1850 autorizava o Presidente da Província, Antônio Cândido da Cunha<br />

Machado, a abastecer a Capital com águas do Rio Anil, este, assinou contrato para tal fim com o Tenentecoronel<br />

Raimundo de Brito Gomes, que não cumpriu as cláusulas do acordo, sendo a empresa embargada pelo<br />

Presidente da Província, Antônio Manuel de Campos Melo em 22//12/1862. Segundo Marques (1870, p. 83),<br />

nova tentativa foi feita em 28/10/1867 pelo Presidente da Província Franklin Américo de Meneses Dória, sem<br />

êxito, pois obrigava o empresário John a implantar a Empresa de Abastecimento em 10 meses, o que não<br />

aconteceu.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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