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Anais DCIMA Final

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Página 305<br />

O CORPO SABE DO QUE É CAPAZ, O PORTADOR DELE, NEM<br />

SEMPRE!<br />

Bene MARTINS; María Virginia ABASTO<br />

Universidade Federal do Pará)<br />

behne03@yahoo.com.br; virabasto@hotmail.com<br />

Resumo: A partir da concepção de que “Todo olhar é movido por um corpo, que é nosso ponto de<br />

vista sobre o mundo” (MERLEAU-PONTY, 1992), este texto visa demonstrar o quanto o corpo<br />

desperto, enunciado, mergulhado em experiências, sensações, emoções, gestos conscientes ou não,<br />

pode transmitir, chegar ao outro de maneira sensível, espontânea, envolvente, para tanto, há<br />

necessidade de se desenvolver a consciência corporal. Para fazer jus à referência principal do<br />

filósofo Merleau-Ponty sobre a percepção do corpo, da relação do corpo com o mundo, além da<br />

ecologização do corpo, conforme Bernard Andrieu e até a uma filosofia do corpo, recorremos à<br />

artista circence Virgínia Abasto. Assim, a partir de depoimentos e criações textuais da circense,<br />

demonstraremos como, na prática, esse corpo emerge a partir das sensações alinhavadas na<br />

consciência corporal da pessoa praticante. Perguntas abertas foram elaboradas para que ela<br />

discorresse sobre as questões, de maneira que se pudesse aferir quão próximo ou distante o seu<br />

trabalho corporal está das ideias merlopontyanas. A opção por trabalhar a partir de depoimentos<br />

e textos da circense, talvez seja uma tentativa de identificar ou, quem sabe, recuperar o movimento<br />

primordial do ato expressivo, o que corresponderia à língua em estado nascente, no instante em<br />

que ela mesma se realiza, ou devolver ao corpo, a espontaneidade gestual. Lugar enunciado por<br />

ela, contemplamos alguns dos seus pontos de vista sobre esse mundo de preparo físico-emocionalartístico,<br />

mundo de fragilidades em todos os sentidos e carente de espaços para relações mais<br />

humanizadas. A vivência corporal de Virginia, aqui, como objeto-sujeito depoente, tem memórias,<br />

percepções, reações, ações, projeções próprias vivenciadas a partir do local em que esse corposujeito<br />

foi (de)formado, (des)construído na e pela família, valores, crenças, instituições de ensino,<br />

sociedade e, principalmente, pela parte ou elementos mais difíceis de desenvolver, as próprias<br />

percepções, capacidade e reações do próprio corpo.<br />

Palavras-chave: Corpo; Vivências; Espontaneidade.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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