Anais DCIMA Final

Página 264
Figura 1 30
É no corpo da mulata que a senzala materializa sua marginalidade. Embora ela mostre força,
resistência, capacidade de manipulação através da sedução, diz-se dela que é mercadoria, algo destinado e
reservado para o prazer, que apesar de atenuar os castigos momentâneos, não dissolverão os danos da realidade
corrosiva.
Para Achard (1999, p.8), a análise da construção discursiva do sentido e o seu funcionamento repousa
sobre o seguinte fundamento:
(...) a memória não pode ser provada, não pode ser deduzida de um corpus, mas
ela só trabalha ao ser reenquadrada por formulações no discurso concreto que
encontramos. O implícito de um enunciado, não contém sua explicitação, não se
pode provar que ele tenha existido em algum lugar. O que funcionariam seriam
os operadores linguageiros imersos em uma situação, que condicionam o
exercício de uma regularidade enunciativa (...). Através das retomadas e das
paráfrases, produz-se na memória um jogo simbólico que constitui uma questão
social.
Sob a proposta do 2º. Critério de análise, por meio da dêixis enunciativa, observamos o entrelaçamento
de imagens e enunciados na construção do ethos discursivo na peça publicitária. Sob a temática voltada para
o corpo da negra, os ethé relativos à arte da cervejaria e da mulher negra convergem para a construção de uma
corporalidade ligada à sensualidade, materializados no corpo da mulher e da bebida.
30
Disponível em http://www.vermelho.org.br/noticia/164158-1
Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado
Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805