Anais DCIMA Final

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se produz pela historicidade, mas por um construto técnico (televisão,
computador etc.). Sua particularidade é ser horizontal (e não vertical, como a
define Courtine), não havendo assim estratificação em seu processo, mas
distribuição em série, na forma de adição, acúmulo: o que foi dito aqui e ali e
mais além, vai-se juntando como se formasse uma rede de filiação e não apenas
uma soma. (BARRETO, 2006, p.5).
Essa rede de filiações são teias de sentidos que estabelecem à cidade modos de ser vista e apreciada
pelos visistantes.
Após compreendermos que a cidade contemporânea se caracteriza justamente pela sua velocidade de
circulação, entendemos também que não se vê mais a cidade apenas como um registro de práticas sociais
estanques, mas como registro de memórias, um estoque de informações que constitui a matéria urbana
(ROLNIK, 2004).
Interessante destacar que, por muito tempo, a única forma de registrar a memória, riquezas, e
conhecimentos de um contexto histórico se dava por meio de documentos, hoje se sabe que a própria
arquitetura pode exercer esse papel. No caso citado anteriormente sobre o Palácio dos Leões, através deste
prédio se pode (re)contar um fato histórico. Rolnik realça justamente isso quando aborda que os bens
arquitetônicos podem contar uma história de um lugar:
É como se a cidade fosse um imenso alfabeto, com o qual se montam e remontam
as palavras e frases (...), a consciência desta dimensão na arquitetura levou a que
hoje se fale muito em preservação da memória coletiva, através da conservação
de bens arquitetônicos. (ROLNIK, 2004, p.18).
Mas não cabe somente às construções arquitetônicas essa função de construir uma identidade da
cidade. São muitos os lugares de produção de memória em nossa sociedade. Um desses lugares são os sites de
turismo, os quais, feitos de linguagem, criam identidades para a cidade. Os sítios brasileiros que falam a
respeito de São Luís apresentam a cidade a partir de diversos ângulos, como o enfoque sobre os seus casarões,
suas festas, sua gastronomia. Mas é relevante destacar que tais sites ao se utilizarem dessas práticas constroem
memória e fazem isso “inseridas na ordem do discurso publicitário”, também mercadológico por natureza.
(BARACUHY, 2008, s/p).
Na esfera do turismo, a cidade é apresentada por meio de imagens, que em uma aparente
homogeneidade visual, produzem uma memória de cidade que interessa ao poder mostrar e sustentar, em dada
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