Anais DCIMA Final

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congestionado, gerando transtornos à população em geral (motoristas, usuários de transporte público,
pedestres, ciclistas).
Essa breve apresentação serve de pano de fundo para falarmos sobre o tema de nosso trabalho – a
mobilidade – que tem despertado interesse e opiniões de especialistas de diversas áreas do conhecimento.
Engenheiros de tráfego, geógrafos, historiadores, dentre outros, têm colaborado com debates sobre
planejamento urbano em busca de soluções para uma melhor fluidez no tráfego urbano. O governo federal, no
ano de 2013 lançou a Política Nacional de Mobilidade Urbana, com base na Lei 12.587/2012 (MINISTÉRIO
DAS CIDADES, 2013). Essa política apresenta diretrizes e objetivos que dão destaque à mobilidade e à
integração de várias outras políticas urbanas de modo a possibilitar a mobilidade.
Como podemos observar, os olhares estão voltados ao tema mobilidade urbana. Deste modo, nosso
objetivo é analisar como os discursos constroem a identidade de São Luís-Maranhão a partir de um de seus
elementos constitutivos: a mobilidade. Para tanto, nossas análises incidem sobre enunciados de três motoristas:
dois motoristas de ônibus, três motoristas de táxi e três usuários do transporte público, a fim de compreender
que representações identitárias esses sujeitos produzem para/sobre a cidade.
Apoiamos nossas discussões com fundamento na Análise do Discurso de vertente francesa (AD),
valendo-se das noções de sujeito, enunciado e discurso proposto por Michel Foucault (2008b) e dos diálogos
que a AD estabelece com os Estudos Culturais ao propor que a identidade é produzida pelo discurso.
1. Discurso, enunciado, sujeito, formação discursiva nas tramas da AD
A Análise do Discurso de vertente francesa (AD) surge na década de 1960, época marcada por crises
políticas e educacionais, e deriva dos estudos de Michel Pêcheux. A AD tem como objetivo a investigação da
produção social de sentidos realizada por sujeitos inseridos em um contexto histórico por meio da
materialidade das linguagens. (GREGOLIN, 2007).
Gregolin (2007) destaca quatro nomes fundamentais no horizonte da AD derivada de Pêcheux, que
vão influenciar suas propostas: Althusser e sua releitura das teses marxistas; Foucault e sua noção de formação
discursiva; Lacan e sua leitura das teses de Freud sobre o inconsciente, com a formulação de que este se
estrutura por uma linguagem; Bakhtin e o fundamento dialógico da linguagem, que leva a AD a tratar da
heterogeneidade constitutiva do discurso.
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