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Alfabetização, Letramento - Inep

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como tudo que é considerado<br />

“sério” na escola — as lições<br />

e os exercícios — foi<br />

concluído e está guardado na<br />

pasta, tudo indica que a aula<br />

já acabou e só falta esperar<br />

tocar o sinal. É possível que<br />

as crianças estejam<br />

entendendo, neste contexto,<br />

que essa leitura serve para<br />

ocupar o tempo, quando já<br />

não temos o que fazer para<br />

mantê-las quietas, até que o<br />

sinal toque.<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○<br />

E o que podemos nós,<br />

professores, ler nas atitudes<br />

dos alunos? Nós também<br />

podemos entender que a leitura não é considerada por nossos alunos uma atividade tão<br />

encantadora como sugerem as propostas pedagógicas, pois muitos deles mostram-se mais<br />

interessados em ir embora e a serem chamados para sair da sala, do que em nos ouvir.<br />

Ao pensarmos assim, no entanto, nos esquecemos de que fomos nós mesmos que provocamos e<br />

montamos essa situação. Fomos nós que, mesmo sem essa intenção definida, acabamos<br />

mostrando aos nossos alunos que a leitura também serve para ocupar (matar?) o tempo que<br />

ainda resta para o final da aula.<br />

Considerando ainda esta cena, ocorre-nos perguntar: Que investimento está sendo feito, de fato,<br />

na atividade de leitura descrita? Qual a função social da leitura nessa situação? Há realmente<br />

um espaço e um tempo para ela neste contexto?<br />

Relato 2<br />

Uma outra situação de rotina em sala de aula foi-nos narrada por uma professora. Leiamos seu<br />

relato e analisemos o que ela conta em sua narrativa. Antes, é importante mencionar que essa<br />

narrativa é parte do depoimento que essa professora forneceu a respeito de sua história com a<br />

leitura:<br />

“A menina que não se chamava Maria e o menino que não se chamava João”<br />

Essa foi uma história que eu contei para os meus alunos, em partes, porque era<br />

longa. Às vezes acontece isso, eu leio um livro que é surpresa para mim e<br />

surpresa para as crianças. Esse livro foi muito interessante, forte, mobilizou um<br />

monte de emoção. Tinha hora que eu tinha vontade de chorar. Eu falava: o que é<br />

que eu faço? Vamos dar uma respirada e amanhã a gente continua.<br />

Tem um outro livro de poesia que a gente leu há pouco tempo. Era um livro de<br />

cores: “A história das cores”. É um livro narrado em espanhol, tem as duas<br />

versões: português e espanhol. Eu li as duas versões para mim. Eles queriam,<br />

claro, que eu lesse em espanhol. Comecei a ler, eles não entenderam muito. Aí<br />

eu lia as duas versões, lia primeiro em português e depois espanhol, o espanhol<br />

depois em português. Foi essa brincadeira até o final do livro. O livro também era<br />

longo, durou sei lá quantos dias, mas teve essa brincadeira.”<br />

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