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Alfabetização, Letramento - Inep

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Leitura: uma prática social na escola<br />

P<br />

Unidade II<br />

Atividades de Leitura<br />

Para que nossos alunos se tornem leitores, efetivamente, e para que a leitura seja uma prática<br />

social em suas vidas, é preciso que ela comece a se tornar uma prática relacionada a esta<br />

dimensão também na escola — porque, para muitos alunos, a escola é o ambiente em que eles<br />

mais terão contato com materiais e ambiente de leitura.<br />

Alguns escritores, ao contarem como começaram a ler e a se interessar pela escrita, referem-se<br />

às bibliotecas com as quais tiveram contato em sua infância, bibliotecas de seus pais e avós.<br />

João Ubaldo Ribeiro, por exemplo, refere-se com encantamento à grande quantidade de livros<br />

que havia em sua casa, em Aracaju:<br />

Relato nº 8<br />

Não sei bem dizer como aprendi a ler. A circulação entre os livros era livre<br />

(tinha que ser, pensando bem, porque eles estavam pela casa toda, inclusive<br />

na cozinha e no banheiro), de maneira que eu convivia com eles todas as<br />

horas do dia, a ponto de passar tempos enormes com um deles aberto no colo,<br />

fingindo que estava lendo e, na verdade, se não me trai a vã memória, de<br />

certa forma lendo, porque quando havia figuras, eu inventava as histórias que<br />

elas ilustravam e, ao olhar para as letras, tinha a sensação de que entendia<br />

nelas o que inventara. 12<br />

Dada a situação sócio-econômica do nosso país, ter uma biblioteca em casa, ter uma casa<br />

repleta de livros é algo impensável para a maioria dos nossos alunos, para a maioria dos leitores<br />

brasileiros. A escola, então, é a grande biblioteca para muitos deles. É claro que, como<br />

dissemos anteriormente, se houver uma outra biblioteca em sua cidade, será bem interessante<br />

que você, em sincronia com a Direção da escola, planeje uma visita de toda a turma à<br />

biblioteca. Assim multiplicará as possibilidades (suas e dos alunos) de acesso aos livros.<br />

Clarice Lispector, no conto “Felicidade Clandestina”, criou uma situação bastante diferente<br />

desta vivida por João Ubaldo: a de uma menina que desejava ardorosamente ler as Reinações de<br />

Narizinho, de Monteiro Lobato, livro que uma amiga de escola tinha, mas que insistia em não<br />

lhe emprestar. Ela finalmente conseguiu ter o livro, por intervenção da mãe de sua amiga.<br />

Quando finalmente ela o teve em suas mãos, ficou deslumbrada:<br />

12 RIBEIRO, João Ubaldo. Um brasileiro em Berlim. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1995. p.<br />

137.<br />

21<br />

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