Alfabetização, Letramento - Inep
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para que sejam lidas pela turma), ou retirando partes da informação visual (mostrando, por<br />
exemplo, apenas parte de um texto).<br />
O segundo princípio está baseado no trabalho com o vocabulário e com estruturas sintáticas<br />
freqüentemente utilizadas em textos escritos. Evidentemente, não é preciso (nem é produtivo)<br />
ensinar análise sintática para os alunos iniciantes. Mas vale a pena fazer atividades em que os<br />
alunos, a partir de um conjunto pré-definido de palavras, possam formar frases; ampliar<br />
sentenças por meio do acréscimo de novas unidades e palavras, ou colocar palavras em lacunas<br />
retiradas de frases ou textos.<br />
O terceiro princípio consiste em levar o aluno a usar intensivamente seu conhecimento prévio<br />
para formular hipóteses sobre o que lerá ou estará lendo, buscando, também confirmá-las. Isto<br />
pode ser feito pela exploração prévia do texto (com base no título, sobre o que você acha que<br />
texto vai falar? que tipo de texto será? com base no conhecimento de outros textos do autor,<br />
como você acha que o texto será? de acordo com o que foi lido até agora, o que você acha que<br />
acontecerá?).<br />
O quarto e último princípio faz parte da tradição pedagógica e é utilizado por muitos<br />
professores. Trata-se da leitura em voz alta, em situações mais formais, após uma preparação<br />
prévia. Para que a leitura em voz alta seja fluente, a criança precisará, progressivamente, fazer<br />
previsões, utilizar seus conhecimentos lingüísticos com maior intensidade. Nessas situações,<br />
como manda a boa tradição pedagógica, não seria adequado acompanhar a leitura com o dedo<br />
ou uma régua, pois isso diminuiria a fluência (embora em outras situações tais recursos sejam<br />
necessários, como por exemplo, nas leituras iniciais feitas pelo professor ou pela professora e<br />
na leitura de uma lista, em que apontar com o dedo pode ter um papel fundamental na<br />
localização de informações).<br />
Compreender textos<br />
A<br />
A compreensão dos textos pela criança é a meta principal no ensino da leitura. Para chegar a<br />
esse ponto, as estratégias de decifração e reconhecimento são caminhos e procedimentos<br />
importantes.<br />
Ler com compreensão inclui, entre outros, três componentes básicos: a compreensão linear, a<br />
produção de inferências, a compreensão global. A compreensão linear do texto diz respeito à<br />
capacidade de reconhecer informações “visíveis” no corpo do texto e construir, com elas, o “fio<br />
da meada” que permite a apreensão de sentidos. Essa capacidade se manifesta na possibilidade<br />
de, ao acabar de ler uma narrativa, saber dizer quem fez o que, quando, como, onde e por quê.<br />
Outra capacidade fundamental para ler com compreensão é a de produzir inferências. Trata-se<br />
de “ler nas entrelinhas” ou compreender os subentendidos, realizando operações como associar<br />
elementos diversos, presentes no texto ou que fazem parte das vivências do leitor, para<br />
compreender informações ou inter-relações entre informações que não estejam explicitadas no<br />
texto. A identificação das informações pontuais presentes no texto e a produção de inferências é<br />
que vão possibilitar a compreensão global do texto lido, a composição de um todo coerente e<br />
consistente, ou seja, a construção de sentido.<br />
Como a capacidade de compreensão não vem automaticamente nem plenamente desenvolvida,<br />
precisa ser exercitada e ampliada, em diversas atividades com os alunos, durante toda a<br />
trajetória escolar – não apenas nos anos iniciais da Educação Fundamental. Por isso é que, no<br />
Quadro 3, as linhas que se referem aos desdobramentos deste verbete estão todas sombreadas<br />
no tom mais escuro de cinza. A sugestão é que sejam introduzidas desde o primeiro ano e, já a<br />
partir daí, trabalhadas sistematicamente, com vistas à consolidação. A gradação, necessária,<br />
deve ser feita com base nas características dos textos lidos (temática, complexidade de estrutura<br />
e de linguagem, tamanho) e no progresso da autonomia das crianças. Essas duas capacidades<br />
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