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Alfabetização, Letramento - Inep

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de uma idéia, da compra de um produto, etc.. Passar informações, ensinando, explicando,<br />

instrumentalizando, etc. Além disso, para que os textos atinjam seus objetivos, é necessário que<br />

eles se estruturem dentro de certas características, que os fazem pertencer a gêneros textuais<br />

específicos. Um poema, por exemplo, geralmente vem em versos, dispostos um abaixo do<br />

outro, formando estrofes. Uma propaganda geralmente vem com gravuras e letras grandes, para<br />

chamar mais a atenção do leitor, etc.<br />

1.2. A informatividade, que consiste nas informações novas ou nas informações já<br />

conhecidas que um texto traz. Essas informações fazem parte do nosso conhecimento de<br />

mundo. Se um texto traz muita informação nova, ele é de difícil compreensão; se, ao contrário,<br />

as informações, em sua maioria, já são conhecidas, ele é um texto de fácil compreensão. As<br />

informações também vão situar o texto em um determinado momento histórico. Um texto<br />

escrito no século 19, por exemplo, traz informações sobre costumes, conceitos, visões de<br />

mundo daquela época.<br />

O contexto em que está inserido o texto ajuda muito em sua compreensão. Para entendermos<br />

certas informações no texto, temos que acionar nosso conhecimento de mundo (conhecimento<br />

pragmático-cultural): estas informações são, portanto, baseadas em conhecimentos,<br />

experiências, crenças, ideologias e contextos da cultura em que estamos inseridos. Para haver<br />

uma adequada compreensão do texto, muitas vezes temos que partilhar com o autor<br />

informações que são culturalmente e socialmente determinadas.<br />

Vejamos em alguns trechos como a professora trouxe aos alunos a contextualização necessária<br />

para a compreensão do texto. Comecemos vendo como ela trabalhou a informatividade na<br />

leitura.<br />

P – Já veio história dela aqui, é a Sílvia Orthoff. (Começa a narrativa, pega uma<br />

ovelha de feltro e mostra. Em seguida diz:) — esta é uma história de uma... (mostra<br />

a ovelha)<br />

A’s – Uma ovelha.<br />

Essa é a primeira referência ao contexto. A professora mostra que já há uma familiaridade das<br />

crianças com a autora: “já veio história dela aqui” e mostra à turma o que é uma ovelha. Este<br />

aspecto é importantíssimo na compreensão do texto. Para a maioria das crianças,<br />

principalmente as que residem em zona urbana, ovelha é um animal desconhecido, ausente,<br />

portanto, de suas experiências de vida. Observe, outrossim, como a professora interage com as<br />

crianças, levando-as a serem co-autoras no processo de construção da leitura:<br />

P – agora eu quero um pra ler o título da história<br />

A’s – eu, eu... (Escolhe um aluno que lê o título)<br />

P – (lendo) Maria vai com as Outras – Sílvia Orthoff – Editora Ática, que é isso, uma<br />

editora?<br />

P – É aonde a Sílvia Ortoff entregou o livro dela pra eles fazerem os desenhos e as<br />

letras.<br />

A leitura do título, seguida das referências à autora e à Editora, caracterizam-se como mais uma<br />

estratégia de contextualização da leitura. Nesse momento as crianças percebem, por exemplo,<br />

que a ovelha se chama Maria e que o livro foi escrito pela Sílvia Orthoff, mas organizado, com<br />

as letras e as gravuras, pela Editora. Observe, também, a participação constante da criança na<br />

leitura.

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