Alfabetização, Letramento - Inep
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2) Que textos você lia no livro?<br />
3) Você se lembra de algumas atividades presentes no livro? Quais?<br />
Socialize oralmente as experiências que você vivenciou como aluno(a) no que se<br />
refere ao uso de um ou mais livros de alfabetização, buscando perceber se há<br />
semelhanças entre aquela experiência e a dos demais colegas.<br />
No caso particular da alfabetização, o livro didático vem ocupando posições muitas vezes<br />
antagônicas nas práticas pedagógicas das escolas. Nas práticas consideradas tradicionais,<br />
organizadas pelos métodos de alfabetização de base sintética (métodos fônico, silábico e<br />
alfabético) ou de base analítica (métodos global, eclético, sentenciação e palavração), seu papel<br />
tem sido mais central, ao definir e regular todos os passos<br />
da prática de ensino da leitura e da escrita.<br />
Nesses casos também se controla o acesso das<br />
crianças a outros tipos de textos impressos, uma<br />
vez que essa etapa só ocorre depois que todos “já<br />
estão alfabetizados”. O método silábico, por<br />
exemplo, contempla alguns aspectos importantes<br />
para a apropriação do sistema alfabético, mas<br />
supõe uma progressão fixa e previamente definida<br />
e reduz o alcance dos conhecimentos lingüísticos,<br />
quando não explora o uso e as funções sociais da<br />
escrita.<br />
Mas, afinal, quais as principais críticas feitas a<br />
esse material nas últimas décadas?<br />
Um dos pontos mais importantes diz respeito ao<br />
uso de textos forjados, os chamados<br />
“pseudotextos”, para alfabetizar. Em que<br />
consistem esses textos e por que eles estão<br />
presentes tanto em cartilhas silábicas, como nas<br />
que se baseiam no método fônico?<br />
Um dos pressupostos básicos daqueles métodos<br />
tradicionais é o de que primeiro tem que se ensinar<br />
as unidades menores das palavras (letras, fonemas<br />
e sílabas) para só depois os alunos poderem ler<br />
frases e textos. Assim, para garantir que os alunos<br />
lessem apenas palavras que continham as unidades<br />
já trabalhadas, os autores das cartilhas passaram a<br />
inventar textos, controlando o repertório das<br />
palavras neles contidas. A seguir, ilustraremos esse<br />
procedimento com um exemplo retirado da cartilha<br />
Pipoca: 1<br />
○ ○<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
Essa lição corresponde ao ensino dos padrões<br />
silábicos ma-me-mi-mo-mu. O final da página<br />
contém um quadro com todos os padrões até então<br />
trabalhados. Assim, podemos ver que o “texto”<br />
“é importante que a criança<br />
perceba a leitura como um ato<br />
prazeroso e necessário e que<br />
tenha os adultos como modelo.<br />
Nessa perspectiva, não é<br />
necessário que a criança<br />
espere aprender a ler para ter<br />
acesso ao prazer da leitura:<br />
pode acompanhar as leituras<br />
feitas por adultos, pode<br />
manusear livros e outros<br />
impressos, tentando “ler” ou<br />
adivinhar o que está escrito.”<br />
(Fascículo 1)<br />
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