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Alfabetização, Letramento - Inep

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Poucas atividades que possibilitavam a apropriação do sistema de escrita alfabética:<br />

“Eu acho incompleto, realmente ele rompe com a cartilha, é totalmente diferente,<br />

mas existem coisas na cartilha que o aluno precisa aprender. Ele trabalha textos,<br />

vários gêneros textuais, mas poucas atividades de escrita. Falta algo, assim, uma<br />

sistematização do sistema de escrita e atividades de consciência fonológica. É<br />

como se ele precisasse de um complemento.” (Mônica Valéria de Oliveira)<br />

Difícil de ser usado por crianças no início do processo de alfabetização (crianças présilábicas).<br />

“O livro pressupõe uma criança já alfabética, que não é o caso de nossas<br />

crianças da rede pública, não é a nossa realidade, tanto que nos dois primeiros<br />

meses eu não usei o livro, porque eu achava que a minha criança precisava de<br />

uma preparação para receber esse livro”. (Sônia Virgínia Martins)<br />

Supõe um professor ou professora que domine novas perspectivas teóricas e metodológicas<br />

em alfabetização:<br />

“Supõe que o professor tenha se apropriado de todos os conceitos que ele<br />

apresenta no manual do professor”. (Leônia Maria Souza).<br />

Mas os professores e as professoras, quando usavam o livro didático, como o faziam? O que<br />

priorizavam? A título de exemplo, vejamos como a professora Cláudia de Vasconcelos utilizou,<br />

em uma de suas aulas, o livro didático adotado na rede. Ela realizou as seguintes atividades:<br />

Leitura de um texto do livro, solicitando que os alunos acompanhassem em seus livros,<br />

seguindo a instrução da atividade;<br />

Realização da atividade de interpretação oral do texto com base nas questões sugeridas no<br />

livro;<br />

Leitura de um outro texto presente na mesma unidade do livro, que correspondia a uma outra<br />

versão da história lida anteriormente;<br />

Realização de atividade de interpretação do segundo texto lido. Uma das questões feitas pela<br />

professora envolvia uma reflexão sobre o modo como os dois textos foram escritos, uma vez<br />

que o segundo correspondia a um poema com rimas. Cláudia não só solicitou que os alunos<br />

descobrissem a diferença entre os textos, como também pediu que identificassem algumas<br />

palavras que rimavam, atividade esta que não estava presente no livro;<br />

Realização de algumas atividades de apropriação do Sistema de Escrita Alfabética sugeridas<br />

no livro;<br />

Leitura de um livro de literatura infantil, relacionada aos textos lidos;<br />

Realização de uma atividade de produção individual de texto: Cláudia solicitou que os alunos<br />

escrevessem um texto, recontando a história dos textos lidos por ela.<br />

Como pode ser observado nessa aula da professora Cláudia, ela não só usava o livro didático,<br />

como inovava a partir dele: ela lia textos do livro e outros com a mesma temática; fazia<br />

atividades do livro e outras, como a de segmentação das palavras em sílabas. Enfim, a prática<br />

dessa professora mostra que é possível se beneficiar dos avanços encontrados nos novos LDA,<br />

mas é preciso estarmos vigilantes, no sentido de, sistematicamente, praticar com os alunos<br />

atividades diretamente ligadas à apropriação do sistema alfabético.

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