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Alfabetização, Letramento - Inep

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Assim, na segunda página da lição, os alunos<br />

eram solicitados a ler palavras e frases com os<br />

padrões silábicos já trabalhados, e a copiar<br />

sílabas e palavras, nesse caso fazendo a<br />

transcrição da letra de imprensa para a letra<br />

cursiva. Na continuidade da lição, eles deviam<br />

realizar uma tarefa de separação de sílabas, mais<br />

leitura de frases e cópia de palavras, novamente<br />

transcrevendo a letra de imprensa para a cursiva.<br />

Por fim, eles eram solicitados a formar frases<br />

com a palavra menina, mas o modelo da frase já<br />

era apresentado:<br />

○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

Se observarmos com cuidado o conjunto de<br />

atividades que os alunos foram solicitados a<br />

fazer, vemos que todas possuíam uma natureza<br />

mecânica e repetitiva, que possibilitava ao aluno<br />

realizá-las sem necessariamente ler e escrever.<br />

Nas atividades de leitura, as palavras com os<br />

“padrões” trabalhados se repetiam, bastando que<br />

os alunos as memorizassem. As atividades de escrita correspondiam, na realidade, à cópia de<br />

sílabas, palavras e frases. Em relação à atividade de separação de sílabas, muito comum nas<br />

cartilhas, o autor já estabelecia a quantidade de sílabas por palavra, o que facilitava a resposta<br />

do aluno, que talvez pudesse separá-las corretamente, sem ter lido as palavras. Não é à toa que<br />

muitos alunos, ao concluírem o ano letivo, tinham<br />

“decorado” as palavras e frases da cartilha, mas,<br />

infelizmente, não tinham dominado a lógica e as<br />

convenções do Sistema de Escrita Afabética<br />

(SEA).<br />

“As primeiras experiências de<br />

escrita das crianças não<br />

Enfim, as atividades das cartilhas tradicionais se<br />

precisam se limitar a<br />

relacionam a uma perspectiva empirista/<br />

exercícios grafo-motores ou a<br />

associacionista de aprendizagem, que concebe a<br />

atividades controladas de<br />

escrita como um código. A teoria de<br />

reproduzir escritos e<br />

aprendizagem que está por trás dos métodos<br />

preencher lacunas. Mesmo na<br />

tradicionais pressupõe que o aluno aprende de<br />

realização desses pequenos<br />

forma passiva, recebendo prontas as informações<br />

trabalhos, é possível atribuir<br />

que o livro ou seu(sua) professor(a) lhe dá sobre<br />

alguma função e algum<br />

letras/fonemas/sílabas e memorizando-as pela<br />

sentido às práticas de escrita<br />

repetição. Em nenhum momento os autores<br />

na sala de aula.” (fascículo 1)<br />

daqueles materiais consideram que,<br />

diferentemente do adulto, a criança precisa<br />

descobrir como a escrita alfabética funciona.<br />

Conseqüentemente, as tarefas ali propostas nunca levam o aluno a refletir sobre as palavras,<br />

nunca o estimulam a analisar suas propriedades (quantidade e variedade de letras, relação entre<br />

partes escritas e partes pronunciadas, etc.).<br />

Ao mesmo tempo, o artificialismo dos “textos” encontrados nas cartilhas impedia que os<br />

aprendizes convivessem com a linguagem própria dos gêneros escritos que circulam em nosso<br />

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