Alfabetização, Letramento - Inep
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AReflexão sobre as atividades de divisão e composição silábica<br />
Reflexão sobre o trabalho com a oralidade<br />
A<br />
12 12<br />
12<br />
Além de abrir as portas para as interações que acontecem no dia-a-dia, os nomes possibilitam<br />
diferentes ações lingüísticas, principalmente no que diz respeito à apropriação do sistema<br />
alfabético de escrita. No caso de os nomes serem utilizados para o trabalho silábico e, por<br />
conseqüência, para o estabelecimento de relações entre a fala e a escrita, eles permitem mostrar<br />
às crianças os vários tipos de sílabas, desfazendo assim a hipótese formulada por muitas<br />
crianças, de que as sílabas são sempre formadas por consoante + vogal (hipótese essa<br />
decorrente da priorização, por algumas cartilhas e professores, do trabalho com palavras como<br />
bola, pato, vovô). Ao observarem diferentes formações silábicas, os alunos poderão constatar,<br />
com a mediação do(a) professor(a), que todas as sílabas contêm vogal, o que lhes permitirá<br />
perceber que a vogal constitui base silábica. Poderão, ainda, usar as diferentes sílabas para<br />
formar outras palavras do seu universo vocabular, constatando que com as 26 letras do alfabeto<br />
e um determinado número de combinações silábicas é possível registrar todas as palavras da<br />
língua (princípio da economia lingüística).<br />
Assim como fez a professora Bárbara, planeje com seus alunos a produção de<br />
um cartaz. Reflita com eles sobre tal tipo de texto, a fim de que possam<br />
identificar características desse gênero textual. Depois de comentar com<br />
colegas a prática desenvolvida, registre-a. É importante que, nesse registro,<br />
você explicite as questões refletidas com os alunos e indique se eles atingiram<br />
os objetivos propostos para a produção citada.<br />
Dando continuidade ao seu relato, a professora Bárbara comenta um fato ocorrido em momento<br />
de interação oral com os alunos.<br />
Relato 3:<br />
[...] Dado o interesse dos alunos pelo assunto, perguntei a eles se sabiam quem<br />
havia escolhido o seu nome e como foi feita essa escolha. Essa pergunta<br />
provocou acalorada conversa: muitos alunos queriam falar e ao mesmo<br />
tempo, o que gerou um certo tumulto na sala. Sem nenhum comentário, liguei<br />
o gravador e fiquei observando os alunos. Eles ficaram surpresos, ao ouvir a<br />
gravação. Passados alguns minutos, perguntei-lhes: “Dá para entender quanto<br />
todo mundo fala ao mesmo tempo?” A resposta de todos foi um sonoro<br />
“NÃO!”. Aproveitei então o momento para explicar aos alunos que o ouvir é<br />
imprescindível no processo comunicativo e que escutar o outro constitui,<br />
também, uma questão de respeito e boa educação.<br />
A atividade de ouvir faz parte da competência comunicativa do falante, uma vez que possibilita<br />
a ele entender o que o outro diz e, assim, participar do processo interlocutivo. Tal participação<br />
permite, entre outras coisas, que os alunos ampliem seu repertório vocabular e aprendam a<br />
expor suas idéias, usando argumentos para defendê-las. Todavia, há momentos em que eles<br />
extrapolam seu direito de falar, como aconteceu na situação relatada. É o caso, então, de o<br />
professor intervir e reorientar o processo de interação na sala de aula, em uma postura não