Alfabetização, Letramento - Inep
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partes e para as intervenções de seus participantes.<br />
Por exemplo, o tempo que calculamos para a<br />
realização de uma atividade de produção de textos é<br />
diferente quando consideramos o texto como algo<br />
escrito pelo aluno para ser lido e corrigido pelo<br />
professor. Ou quando o consideramos como uma<br />
atividade de interlocução pela escrita, que envolve<br />
leitores e um processo de elaboração que necessita do<br />
rascunhar de idéias e da revisão, tanto durante a<br />
própria escrita, quanto depois de um certo<br />
distanciamento em relação a ela.<br />
Você verá que...<br />
Outras sugestões<br />
para formação de<br />
acervo, bibliotecas ou<br />
salas de leitura, para<br />
ampliação do<br />
repertório dos alunos e<br />
maior contato deles<br />
com os livros estarão<br />
disponíveis no fascículo<br />
seguinte.<br />
Os tempos investidos em cada uma das atividades, por<br />
sua vez, articulam-se a outras atividades que também<br />
compõem a rotina escolar. Ou seja, como parte da<br />
organização do dia, a leitura feita pelo professor e a<br />
escrita como registro da história ou como correspondência situam-se como atividades<br />
relevantes, entre outras atividades igualmente relevantes porque são necessárias ao aprendizado<br />
da leitura e da escrita como práticas sociais.<br />
Assim, para ensinarmos as crianças a ler, a escrever e a utilizar a leitura e a escrita como meios<br />
para a apropriação e elaboração de outros conhecimentos, precisamos garantir-lhes o acesso a<br />
essa diversidade.<br />
A diversidade é garantida por uma rotina composta por atividades que possibilitem às crianças<br />
elaborar a leitura e a escrita em suas muitas funções, gêneros e estilos, conhecer e explorar seus<br />
suportes diversos – como o livro de literatura, o jornal, as revistas, os textos científicos, as<br />
enciclopédias e livros didáticos, os Atlas, os dicionários, etc. — e também dominar seus<br />
aspectos técnicos, relativos ao uso do código da escrita, tais como exercícios de codificação e<br />
decodificação.<br />
Em uma rotina assim organizada, cada atividade tem sentido e importância em sua relação com<br />
as outras tantas atividades que, com ela, compõem nosso dia e nossa semana. Assim, a roda de<br />
leitura, como um momento de contato com a literatura, integra-se a momentos de leitura e<br />
compreensão de textos do livro didático, de produção e reescrita de textos, de elaboração de<br />
comentários sobre notícias lidas ou ouvidas e de realização de exercícios de decodificação,<br />
análise e reconhecimento da palavra, entre outros. É no conjunto dessas atividades diversas que<br />
se amplia o vocabulário, que se exercita a cópia de informações pertinentes a um fazer ou de<br />
produções coletivas não impressas, que a leitura ganha fluência, que as normas da língua são<br />
aprendidas, que o traçado das letras se consolida.<br />
As atividades diárias e semanais não se complementam apenas pela diversidade que garantem,<br />
mas também pelos saberes e processos comuns que elas envolvem, possibilitando, no seu<br />
conjunto, a imersão do aluno no mundo da escrita e a articulação entre os tempos investidos<br />
pelos professores e pelos alunos para sua realização.<br />
Por outro lado, muitos pesquisadores e estudiosos da escola criticam várias atividades e as<br />
nomeiam como “atividades sem sentido”.<br />
E o que torna uma atividade sem sentido? Uma atividade torna-se sem sentido quando nos<br />
esquecemos de seus limites e de sua necessária articulação com outras atividades. Nesses casos,<br />
acabamos por investir excessivamente em uma ou outra atividade, o que resulta em situações de<br />
especialização desastrosas, que bem conhecemos hoje, tais como o aluno copista que não sabe