Alfabetização, Letramento - Inep
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AAtividades de leitura<br />
As atividades de leitura podem ajudar no trabalho do(a) professor(a), mas a didática não prevê<br />
toda a complexidade da prática pedagógica21 . Não existem receitas prontas, pois o incentivo à<br />
leitura é um trabalho complexo e depende da realidade da turma, de modo que os relatos e<br />
sugestões devem passar pelo crivo do(a) professor(a). É você, professor(a), quem deve observar<br />
se uma experiência que deu certo uma vez pode ou não dar certo nas outras.<br />
Vamos refletir sobre as situações de leitura de textos literários, como contos e obras curtas, com<br />
pouco texto e grande quantidade de ilustrações.<br />
Muitos alunos universitários, quando têm contato com a história da literatura infantil brasileira,<br />
seus autores e obras22 , afirmam que não conheciam a maioria deles. Parece que esta foi uma<br />
falha em sua educação, já que existem várias obras infantis em circulação, assim como textos a<br />
respeito delas. Por isso é importante você procurar se informar sobre o que existe para seu<br />
público e, lendo, definir prioridades, fazer suas escolhas. Essa seleção é importante, pois o(a)<br />
professor(a) deve ler os textos anteriormente a fim de analisar o que pode ou não interessar para<br />
seu leitor. Para isso, pode também utilizar suas aulas para aprender sobre o gosto de seus<br />
educandos. Muitas vezes a experiência sobre o que agrada ou não aos alunos pode servir para o<br />
trabalho com outras turmas, lembrando o fato de que o (a) professor(a) aprende muito quando<br />
ensina. E aprender a ensinar é um ato prazeroso, especialmente quando se trata de textos<br />
infantis, com belas ilustrações.<br />
Dentre as várias formas de trabalhar com leitura em sala de aula, a apresentação oral de um<br />
texto lido é uma das maneiras mais simples e ao mesmo tempo mais eficientes de despertar o<br />
gosto pela leitura. Deixando que o aluno se dirija à biblioteca e escolha a obra que lhe aprouver,<br />
você faz com que o contato com os livros seja estabelecido. O fato de poder ver e tocar os<br />
vários volumes, as várias ilustrações, faz com que o aluno desenvolva uma espécie de leitura, a<br />
leitura sensorial23 . Por meio do manuseio dos livros, ele pode escolher o que mais lhe agradar.<br />
Muitas vezes as ilustrações despertam a atenção das crianças, mas há outros itens que apelam<br />
aos outros sentidos como o olfato e o tato. Desta forma, a ida à biblioteca é importante para as<br />
crianças. Você, quando vai comprar uma roupa, não acha que há uma grande diferença entre ver<br />
a foto de uma camiseta num catálogo e sentir com as mãos a peça, percebendo sua maciez? Pois<br />
é, também com os livros isso pode se dar, e por isso é importante deixar que o aluno veja e<br />
toque o acervo.<br />
Há também alguns preconceitos que devem ser evitados. Já aconteceu de bibliotecários ou<br />
professores não deixarem que uma criança pegue determinado livro por julgarem-no<br />
inadequado para sua faixa etária. Isso aconteceu com Lígia:<br />
21 SILVA, Ezequiel Teodoro da. “A dimensão pedagógica do trabalho do bibliotecário”. In Leitura<br />
na escola e na biblioteca. 9ª ed. Campinas-SP: Papirus, 2004.<br />
22 LAJOLO, Marisa e ZILBERMAN, Regina: Literatura infantil brasileira: história e histórias. 3ª. ed. São<br />
Paulo: Ática, 1987. E também, das mesmas autoras, Um Brasil para crianças: para conhecer<br />
melhor a literatura infantil brasileira: história, autores e textos. São Paulo: Global, 1986.<br />
23 MARTINS, Maria Helena O que é leitura. 3a ed. São Paulo: Brasiliense, 1984.<br />
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