Alfabetização, Letramento - Inep
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Você verá que...<br />
necessariamente alguém que tenha<br />
disponibilidade e acompanhe a criança<br />
mais de perto).<br />
O responsável pela criança costuma levar<br />
No Fascículo<br />
alguns objetos que ajudam a lembrar a<br />
história dela, tais como roupas e sapatos,<br />
Complementar leremos<br />
fotografias, e conta um pouco da história de outros relatos de professores<br />
quando a criança era ainda um bebê, a que propuseram atividades<br />
partir do roteiro elaborado coletivamente a partir de elementos da<br />
pela turma. O roteiro possui perguntas sobre<br />
história da vida das<br />
como era a alimentação da criança, sobre<br />
crianças.<br />
suas travessuras, a escolha do nome etc.<br />
Algumas pessoas não levam objetos (por se<br />
tratar de crianças de camadas populares nem todos possuem fotografias, por<br />
exemplo), mas todas elas contam a história das crianças.<br />
A professora fez a opção por registrar a história de cada criança e organizar<br />
com elas um álbum com texto e fotografias das memórias da turma. Como<br />
escrever um texto (extenso) sobre sua história de vida pode tornar a tarefa<br />
demasiadamente penosa para a criança em processo de aquisição da escrita,<br />
a professora tem o papel de escriba da sala. Ou seja, ela mesma registra as<br />
informações e lê para os alunos os textos assim produzidos para que eles<br />
sugiram mudanças na sua organização e em seus modos de dizer. Como o<br />
projeto é registrar a história de todas as crianças da turma, ele vai sendo<br />
desenvolvido ao longo do ano, podendo durar até o seu final.<br />
Nas vivências descritas pela professora, o<br />
princípio que também parece reger as atividades<br />
desenvolvidas por ela é a compreensão da leitura<br />
e da escrita como práticas sociais, colaborativas e<br />
situadas (variam segundo a situação em que se<br />
realizam as atividades de uso da língua escrita).<br />
Como seus alunos ainda não escrevem<br />
convencionalmente e com maior habilidade, ela se<br />
torna escriba (escritora) do grupo. Nesse papel,<br />
ela não só vai organizando com as crianças o<br />
roteiro de entrevista e o texto resultante dela,<br />
como também vai compartilhando o próprio ato<br />
de escrever, pois um texto não é uma mera<br />
transcrição da fala: é uma forma de organização<br />
das idéias. Assim, como interlocutora e escriba, a<br />
professora dá uma forma ao texto que resulta das<br />
anotações feitas durante a entrevista.<br />
Ao ler para o grupo o texto produzido, a<br />
professora possibilita às crianças o exercício da<br />
revisão, discutindo a seqüência e os modos de<br />
dizer que nele aparecem, aprovando-o ou<br />
sugerindo mudanças.<br />
O relato, tal qual está escrito, sugere que a<br />
Você verá que...<br />
No fascículo 7 leremos um<br />
relato de atividade em que<br />
a professora pergunta a seus<br />
alunos: “Vocês sabem o que<br />
é um escriba? Antigamente,<br />
há muitos anos atrás pessoas<br />
adultas não sabiam<br />
escrever. Aí elas<br />
procuravam alguém que<br />
soubesse escrever para<br />
escrever para elas. Essas<br />
pessoas que sabiam<br />
escrever eram os escribas.<br />
Hoje eu vou ser um escriba<br />
aqui.”<br />
Nesta e em outras situações,<br />
no fascículo 6, analisaremos<br />
em detalhes situações de<br />
escrita e reescrita de textos<br />
coletivos.