Alfabetização, Letramento - Inep
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3.2 A estrutura narrativa<br />
D<br />
De acordo com Pazini (1998), o trabalho textual implica momentos de envolvimento do aluno<br />
com a escrita, que vão desde a motivação para a produção do texto; a reflexão, que inicia com a<br />
proposta e que envolve tanto as chamadas condições de produção como todo o processo; até a<br />
reestruturação ou refacção, que constitui prática reflexiva, por excelência. Uma das questões<br />
que precisam ser refletidas pelos alunos (e com os alunos) nesses momentos diz respeito ao<br />
como eles vão escrever seus textos, que estrutura condiz com o tema e a situação de produção.<br />
Saiba mais<br />
As condições de produção é que determinam os textos: quem escreve; o que<br />
escreve; para quem, para que e por que escreve; quando e onde escreve,<br />
questões essas que conduzem ao uso de uma certa variedade de língua, um<br />
certo registro, um como escrever (BRASIL, 1997).<br />
O relato a seguir permite não só perceber que a professora Marilene, de 3ª série, vem<br />
oportunizando aos alunos os mencionados momentos de produção textual, como entender que<br />
as condições de produção determinam a estrutura do texto a ser criado:<br />
Relato 13:<br />
No trabalho com a história de vida, pedi aos alunos que buscassem na<br />
memória um acontecimento que tivesse sido muito importante em sua vida.<br />
Destaquei que todas as pessoas, qualquer que seja sua idade, têm uma história<br />
de vida que é marcada por fatos que vivenciaram: alguns alegres, divertidos,<br />
engraçados; outros tristes, que causam medo, inseguranças, sofrimento. Quase<br />
todos os alunos lembraram-se de alguma coisa e quiseram falar. Por vezes<br />
paravam no meio do discurso, mas com a interferência dos colegas - ”E daí, o<br />
que aconteceu?”, “O que você fez, então?” - acabavam concluindo seus<br />
relatos. Para que “não nos esquecêssemos” dos fatos relatados, propus às<br />
crianças que escrevessem sobre eles. Talvez porque a produção escrita<br />
demanda mais tempo para reflexão, algumas delas mudaram suas histórias,<br />
afirmando que lembraram de outros fatos ainda mais significativos.<br />
Reflexão sobre os elementos que caracterizam a estrutura narrativa<br />
C<br />
Como você pode perceber pelo relato e, com<br />
certeza, pela sua prática cotidiana, quando se dá<br />
ao aluno oportunidade de se expressar, ele<br />
geralmente o faz. Em um primeiro momento, seu<br />
discurso pode apresentar-se fragmentado,<br />
hesitante. Mas, à medida que o(a) professor(a) e/<br />
ou colegas o estimulam a falar, mostrando-se<br />
amigos, interlocutores interessados no que ele<br />
tem a dizer, o discurso flui naturalmente.<br />
Em relação aos textos então produzidos, os quais,<br />
devido ao tema escolhido, foram marcados pela<br />
O contato dos alunos com<br />
narrativas de diferentes tipos é<br />
fundamental para a<br />
identificação dos elementos<br />
estruturais deste e de outros<br />
gêneros textuais. Para isso, não<br />
deixe de recorrer aos livros da<br />
biblioteca. Se for preciso,<br />
retome o fascículo 4.<br />
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