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Alfabetização, Letramento - Inep

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E na sala de aula, como ficam a leitura e a escrita?<br />

É<br />

É importante que, na sala de aula, a leitura e a escrita não<br />

sejam atividades secundárias, que não ocupem apenas o<br />

tempo que sobrou no finalzinho da aula. Leitura e<br />

escrita precisam ser planejadas, como atividades<br />

cotidianas, não só entre os alunos, mas também entre<br />

nós, professores e professoras.<br />

Há diversas maneiras de se fazer isso, vários caminhos,<br />

cada um deles com vantagens e desvantagens, porque<br />

sabemos que nem tudo funciona da mesma maneira em<br />

turmas diferentes. Converse com seus (suas) colegas<br />

professores(as), compartilhe com eles(as) as suas<br />

estratégias de leitura: a sua experiência pode ser muito<br />

interessante para outro(a) professor(a), e vice-versa.<br />

Você, como leitor ou leitora experiente, pode ler com seus alunos e pode ler para os seus<br />

alunos. Pode também contar histórias. E pode usar as histórias lidas e ouvidas como estímulo<br />

para a escrita dos alunos. Não porque o texto lido seja necessariamente um ponto de partida<br />

para um exercício. Às vezes, a leitura se encerra em si mesma. Podemos ler e depois fazer um<br />

exercício de escrita, como também podemos ter atividades de leitura que não sejam<br />

acompanhadas de exercício algum, porque a leitura já é, em si, uma atividade.<br />

Sabemos que muitas vezes os leitores (fora da escola ou estimulados pela escola) escrevem para<br />

os escritores dos livros de que gostaram! Muitos escritores relatam as conversas que tiveram<br />

com seus leitores, as cartinhas que receberam deles!<br />

Monteiro Lobato não só recebia cartas de seus leitores e<br />

escrevia para eles, como também os inseria em suas<br />

histórias: alguns leitores, então, passaram a fazer parte<br />

das histórias do Sítio do Picapau Amarelo 14 . Era o que a<br />

leitora criada por Clarice queria fazer: morar no livro.<br />

Nossos alunos, leitores em formação, podem aproveitar<br />

a leitura para dialogar (por meio da escrita) com os<br />

escritores dos livros de que gostaram, como também<br />

podem dialogar com outros leitores, de perto e de longe.<br />

É muito comum lermos nas páginas de jornais e revistas<br />

resenhas de livros e filmes, e em função destas resenhas<br />

decidimos ler ou não um livro, assistir ou não a um<br />

filme. Este tipo de troca de idéias e informações entre<br />

leitores pode ser feito dentro da própria escola,<br />

formando uma rede de leitura: leitores escrevem<br />

recomendações de leitura e assim entram em contato<br />

com outros leitores, de hoje ou de amanhã.<br />

Um jornalzinho escolar, por exemplo, pode ter seções a<br />

respeito das leituras dos alunos. Depois de lidos os<br />

livros, eles escreveriam recomendações de leitura,<br />

espécies de resenhas ou cartas a novos leitores. Esta<br />

Levamos em<br />

consideração, aqui,<br />

toda a discussão lida no<br />

Fascículo 3 a respeito<br />

da necessidade de<br />

planejamento das<br />

atividades didáticas e<br />

de organização do<br />

tempo pedagógico.<br />

Lemos no fascículo 3: “Ao<br />

escreverem cartas com a<br />

ajuda da professora<br />

crianças experimentamse<br />

na autoria do texto<br />

escrito, um texto que<br />

circula de fato e é lido por<br />

outra(s) pessoa(s), além<br />

da própria professora.”<br />

Numa atividade de troca<br />

de correspondência com<br />

outras escolas ou classes<br />

da mesma escola, as<br />

crianças podem usar<br />

como tema as leituras<br />

feitas, suas opiniões,<br />

recomendações, etc.<br />

14 A catarinense Eliane Debus escreveu o livro Monteiro Lobato e o leitor, esse conhecido, em<br />

que ela analisa as cartas trocadas entre Lobato e seus leitores. (Florianópolis-SC, Ed. UFSC/<br />

UNIVALI, 2004.)<br />

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