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Alfabetização, Letramento - Inep

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que trabalhando o livro didático não se faz necessário um planejamento cuidadoso, detalhado,<br />

ou ainda, de que não se faz necessário planejar “aula a aula” — já que tudo parece tão previsto,<br />

tão pronto e acabado em suas páginas.<br />

Entretanto, até mesmo quando elegemos o livro didático como nosso material de trabalho<br />

permanente, o planejamento e a organização do nosso trabalho são essenciais. Ler os textos, os<br />

exercícios, selecionar páginas, inverter a ordem das unidades, acrescentar idéias, levar uma<br />

música ou um filme relacionados a um conhecimento abordado no livro, questionar dizeres ali<br />

presentes, são posturas que requerem de nós educadores uma atitude diferente daquela de<br />

somente escrever no caderno o número a que<br />

corresponde a unidade do livro didático que se<br />

pretende desenvolver naquela semana: Hoje vou<br />

dar a unidade 1 do livro didático, amanhã a<br />

unidade 2 e assim por diante. Quando optamos<br />

por escrever apenas o número da unidade a que<br />

corresponde o trabalho, estamos mostrando<br />

com essa atitude que o nosso planejamento<br />

reduz-se somente a uma aceitação do livro<br />

didático, tal como ele é.<br />

Há uma perspectiva de ensino que acredita em<br />

um planejamento flexível e capaz de considerar<br />

a realidade da criança. Defende a necessidade<br />

de voltar-se diariamente para o já feito e de<br />

reorganizar a rotina, de modo a adequá-la a<br />

cada realidade educacional.<br />

A maneira de trabalharmos com o livro didático, ou ainda, com os conteúdos escolares, não<br />

precisa necessariamente ser sempre a mesma; nem é desejável que seja. A maneira como o<br />

usamos faz diferença no trabalho pedagógico, porque o livro didático não se traduz como o<br />

planejamento em si, ele pode vir a compor parte desse. Sabemos que todas as crianças têm<br />

direito ao acesso e domínio do conhecimento historicamente acumulado pela humanidade,<br />

porém a maneira de trabalharmos com esse conhecimento é que pode ser distinta daquilo que<br />

vem definido e posto pelos livros.<br />

A idéia de partirmos de assuntos que estejam<br />

mobilizando o grupo depende do contexto no qual a<br />

escola está inserida. Como exemplo, podemos citar<br />

uma professora que trabalhou em suas aulas diferentes<br />

artigos de jornais sobre as enchentes que ocorriam no<br />

bairro onde a escola estava situada. As crianças<br />

recontaram os artigos oralmente dando suas opiniões e<br />

depois as registraram em um texto coletivo. Nesse<br />

caso, trata-se de uma prática pedagógica de uso da<br />

escrita que contempla as necessidades sociais e não<br />

somente as necessidades definidas internamente pela<br />

escola.<br />

A professora que organizou tais textos com seus alunos<br />

reconhece que todos eles têm o direito de aprender<br />

como organizar as informações oralmente e por meio<br />

da escrita. Ao selecionar uma determinada<br />

problemática vivida no bairro, a professora planejou<br />

Você verá que...<br />

O Fascículo 6 é<br />

inteiramente dedicado<br />

ao Livro Didático, “um<br />

dos suportes básicos na<br />

organização do<br />

trabalho pedagógico” e<br />

também “o principal<br />

material escrito<br />

manuseado e lido de<br />

forma sistemática pelas<br />

crianças”.<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

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