Alfabetização, Letramento - Inep
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Como você pôde observar, as crianças iniciam suas<br />
produções textuais usando, simultaneamente, duas<br />
linguagens que estão presentes no seu dia-a-dia: a<br />
linguagem pictórica (do desenho) e a linguagem verbal, a<br />
qual geralmente é utilizada por elas para contar o que<br />
“dizem” os seus desenhos. Foi o que fez o menino que<br />
produziu o texto apresentado acima, que fez questão de<br />
registrar no balão a fala da “mãe da Susana” (COMO VAI<br />
C O NOME OEE), mostrando uma escrita já<br />
convencional em algumas palavras – talvez porque<br />
tivesse aí orientação sobre a grafia, já que muitas vezes<br />
as crianças perguntam às professoras como se escreve<br />
esta ou aquela palavra, no momento da produção – e, em<br />
outras, o uso da hipótese silábica, o que é comum no<br />
processo de aquisição do sistema de escrita.<br />
Vimos no fascículo 1 que<br />
“muitas crianças<br />
chegam (...) a elaborar<br />
a hipótese silábica,<br />
acreditando que cada<br />
letra representa uma<br />
sílaba e não um fonema,<br />
conforme já<br />
descreveram os estudos<br />
da psicogênese da<br />
escrita.”<br />
O(a) professor(a) pode intervir no referido processo e ajudar o aluno a avançar em suas<br />
hipóteses propondo-lhe atividades de reflexão fonológica e, simultaneamente, de reflexão sobre<br />
a escrita das palavras grafadas silabicamente, dando destaque à quantidade de letras e sílabas<br />
nelas contidas. Atividades de desmontar e montar palavras, com o uso de alfabeto móvel, e de<br />
as ler em voz alta (a fim de perceber bem os sons e estabelecer suas relações com as letras<br />
correspondentes) contribuem bastante para a compreensão do sistema alfabético de escrita,<br />
como a sua experiência provavelmente tem lhe<br />
mostrado.<br />
Você verá que...<br />
O momento em que o(a) professor(a) faz o registro<br />
do texto produzido oralmente pelo aluno é bastante<br />
No fascículo 7 há algumas<br />
oportuno para ele refletir com as crianças sobre a<br />
situações de produção<br />
linguagem escrita, tanto em relação a questões<br />
textual, em que se<br />
discursivas como a questões relacionadas ao sistema<br />
negociam as melhores<br />
alfabético: enquanto escreve o que o aluno vai lhe<br />
formas de expressão das<br />
ditando, ele(a) pode mostrar à turma certas relações<br />
idéias dos alunos.<br />
grafofônicas, especialmente aquelas cujas relações<br />
entre fonemas e letras são arbitrárias ou irregulares;<br />
pode propor pequenas alterações no texto, com vistas a melhorar, por exemplo, a estrutura<br />
textual; pode questionar o autor sobre o que ele deseja realmente dizer ao leitor, levando-o a<br />
completar frase(s), se necessário; ou, ainda, pode propor-lhe a substituição de palavras cujos<br />
significados não condizem com o contexto. Toda a turma precisa participar desse processo<br />
interativo, seja expondo suas idéias sobre o que se está refletindo, seja fazendo perguntas ao<br />
professor ou à professora, seja apresentando sugestões. Mas as decisões sobre possíveis<br />
alterações no texto serão sempre do aluno que o produziu. Afinal, a autoria deve ser respeitada,<br />
não é mesmo?!<br />
Discuta com colegas que interferências pedagógicas podem ser feitas em<br />
textos de alfabetizandos, na fase em que os alunos estão escrevendo com<br />
base nas hipóteses que elaboram sobre a escrita. Em que sentido essas<br />
interferências contribuem para a aprendizagem da língua escrita? Planeje um<br />
trabalho de intervenção em texto de alfabetizando e depois comente por<br />
escrito o resultado desse trabalho.