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Alfabetização, Letramento - Inep

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Discuta com seus (suas) colegas as respostas formuladas.<br />

T<br />

28<br />

28<br />

mãos uma obra que desenvolva adequadamente o<br />

estudo da linguagem oral. Não se trata, obviamente, de<br />

ensinar o aluno a falar, habilidade que ele já domina,<br />

nem apenas de mandar o aluno conversar, mas de<br />

expô-lo a situações de fala distintas das do seu dia-adia.<br />

Isso significa privilegiar uma coleção que leve em<br />

conta a pluralidade de gêneros da oralidade, possibilite o<br />

debate de preconceitos lingüísticos (de forma a superálos)<br />

que emergem da desigualdade social no país, e<br />

considere as relações mútuas e diferenciadas existentes<br />

entre a fala e a escrita.<br />

A abordagem dos conhecimentos lingüísticos<br />

(isto é, o que substitui o antigo ensino de gramática)<br />

Atividade de reflexão 9:<br />

Parece haver de fato um<br />

processo de mudança<br />

em andamento, não só<br />

nos livros didáticos: você<br />

observou quantos relatos<br />

de professores, nos<br />

fascículos anteriores,<br />

indicam a efetiva<br />

utilização da oralidade<br />

como uma prática e um<br />

componente do ensino?<br />

1) Em quais características os mais recentes livros didáticos da primeira à<br />

quarta série se diferenciam dos utilizados alguns anos atrás, no que se refere ao<br />

estudo dos conhecimentos lingüísticos (de gramática)?<br />

2) Que aspectos positivos e que lacunas você identifica no livro didático<br />

atualmente usado por você em sala de aula, quanto ao tratamento dispensado<br />

aos conhecimentos lingüísticos?<br />

3) No processo de escolha do livro didático, você leva em consideração o tipo<br />

de trabalho realizado pela obra com os conhecimentos lingüísticos? Que<br />

aspectos você observa, principalmente?<br />

Tradicionalmente, o estudo da língua materna no Brasil esteve associado à exploração de<br />

conteúdos da gramática, mais precisamente à análise estrutural de conhecimentos fonológicos,<br />

morfológicos e sintáticos, e à memorização de nomenclaturas e regras. Os livros didáticos<br />

reproduziram sempre essa realidade, e o aluno viu-se freqüentemente compelido a um ensino/<br />

aprendizagem da Língua Portuguesa desvinculado dos seus contextos de uso e comprimido nos<br />

limites da palavra e da frase.<br />

Tome-se, como exemplo, a abordagem de tópicos gramaticais, como a ‘classe dos<br />

substantivos’ realizada na obra Marcha Criança – Português (MARSICO et al, 1994, v.4).<br />

Após a explicação de substantivo como “a palavra que dá nome aos seres” (p. 77), eram<br />

fornecidos definições e exemplos de substantivo comum, próprio, concreto e abstrato. Não<br />

bastasse a quantidade de informações dadas de uma só vez ao aluno, os conceitos apresentados<br />

eram estruturais e pobres. Sobre substantivos concretos, por exemplo, dizia-se que “são aqueles<br />

que indicam seres reais, isto é, seres que têm existência própria”, acrescentando-se os<br />

exemplos: homem, gato, sapato (p. 78). Além de ser uma definição que, muito provavelmente,<br />

confunde o aluno, pois atribui ‘existência própria’ tanto a homem como a sapato, em nada<br />

contribui para desenvolver a capacidade de observação, de análise e de sistematização do

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