Alfabetização, Letramento - Inep
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sistematicamente, visando-se à consolidação desse conhecimento socialmente importante, que<br />
é: sempre que se escreve deve-se ter em mente qual é o objetivo da escrita, quem vai ler o texto,<br />
em que situação o texto será lido e, em razão desses fatores, qual gênero e qual estilo de<br />
linguagem são mais adequados e devem ser adotados.<br />
(i) Dispor, ordenar e organizar o próprio texto de acordo com as convenções<br />
gráficas apropriadas e<br />
(ii) Escrever segundo o princípio alfabético e as regras ortográficas<br />
S<br />
Saber pegar no lápis e traçar letras, compondo sílabas e palavras, bem como dispor, ordenar e<br />
organizar o próprio texto de acordo com as convenções gráficas apropriadas, são capacidades<br />
que devem ser desenvolvidas logo no início do processo de alfabetização.<br />
Mas as primeiras experiências de escrita das crianças não precisam se limitar a exercícios<br />
grafo-motores ou a atividades controladas de reproduzir escritos e preencher lacunas. Mesmo<br />
na realização desses pequenos trabalhos é possível atribuir alguma função e algum sentido às<br />
práticas de escrita na sala de aula. Por exemplo, copiar o próprio nome ganha razão de ser<br />
quando se conjuga à confecção de um crachá que será efetivamente usado e permitirá aos<br />
colegas memorizarem a escrita dos nomes uns dos outros. Distinguir e aprender a traçar as<br />
letras e memorizar a ordem alfabética é um aprendizado cuja utilidade se manifesta na<br />
organização de agenda de telefones dos alunos da turma, ou de um caderno de controle de<br />
empréstimo e devolução dos livros do cantinho de leitura, ou de listas de alunos escalados para<br />
realizar determinadas tarefas.<br />
Atividades como essas envolvem, simultaneamente, aprendizagens na direção da alfabetização<br />
e do letramento, porque requerem habilidade motora, perceptiva e cognitiva no traçado das<br />
letras e na disposição do escrito no papel, convidam à reflexão sobre o sistema de escrita e<br />
suscitam questões sobre a grafia das palavras, ao mesmo tempo em que dão oportunidade às<br />
crianças de vivenciarem importantes funções da escrita.<br />
Em momentos posteriores do Ensino Fundamental, a necessária capacidade de dominar o<br />
sistema ortográfico pode ser associada à produção de textos escritos com função social bem<br />
definida. Por exemplo, cartazes, avisos, murais são gêneros textuais que, em razão de seus<br />
objetivos e de sua circulação pública, devem apresentar a ortografia padrão. Assim, se as<br />
crianças se envolverem na produção, individual ou coletiva, de textos como esses, tendo em<br />
mente as circunstâncias em que serão lidos, compreenderão que, nesses casos, é justificável<br />
dedicar atenção especial à grafia das palavras.<br />
Ver capacidades descritas a partir do quadro 2, no eixo da apropriação do sistema de escrita<br />
(iii) Planejar a escrita do texto considerando o tema central e seus<br />
desdobramentos<br />
A<br />
A chamada “coerência textual” diz respeito à organização dos conteúdos do texto de modo que<br />
ele pareça, para seus leitores, “lógico”, bem encadeado e sem contradições.<br />
Essa é uma capacidade importante a ser desenvolvida na escola, desde os anos iniciais da<br />
alfabetização. O próprio convívio social proporciona às crianças boas intuições sobre como<br />
organizar as idéias para produzir textos orais que os ouvintes considerem coerentes. No<br />
entanto, a organização e o encadeamento dos textos da conversa cotidiana são diferentes do que<br />
se espera no caso de textos escritos, principalmente se tiverem circulação pública. Por isso, é<br />
necessário trabalhar explícita e sistematicamente essa questão em sala de aula.<br />
É possível começar a aprender a planejar o texto que se vai escrever, cuidando deliberadamente<br />
da escolha do tema e da seleção e encadeamento das idéias em que ele vai se desdobrar, antes<br />
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