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Alfabetização, Letramento - Inep

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apresentado no início da lição é formado apenas por palavras constituídas das sílabas já<br />

ensinadas. Os textos cartilhados se caracterizam, portanto, por um amontoado de frases que,<br />

juntas, não correspondem a um texto, uma vez que não possuem uma unidade de sentido.<br />

Observe que, para garantir a presença de palavras compostas pelas unidades (sílabas) já<br />

ensinadas, muitas frases eram artificiais e sem sentido, como as clássicas “o boi bebe”, “o bebê<br />

baba”, ou “Ivo viu a uva”.<br />

Enfim, os textos cartilhados correspondem a um gênero textual que foi criado pela escola, para<br />

alfabetizar os alunos através de uma prática descontextualizada. Ao invés de proporem a leitura<br />

e a escrita de textos que circulavam na sociedade, os livros apresentavam textos<br />

completamente artificiais.<br />

Mas as críticas às antigas cartilhas não se<br />

limitam à presença dos pseudotextos. É<br />

importante discutirmos sobre os tipos de<br />

atividades presentes nesses manuais e sobre<br />

como elas ajudariam pouco os alunos a se<br />

apropriarem do sistema de escrita alfabética.<br />

A partir da análise de três cartilhas, duas<br />

silábicas (Pipoca e Este Mundo<br />

Maravilhoso) e uma fônica (Casinha Feliz),<br />

MORAIS, ALBUQUERQUE e FERREIRA<br />

(2005) observaram que as atividades<br />

presentes nesses livros correspondiam<br />

principalmente à leitura (de sílabas, palavras<br />

soltas, frases e textos cartilhados); cópia (de<br />

sílabas, palavras e frases); escrita de<br />

palavras, exploração dos diferentes tipos de<br />

letras (cursiva, imprensa, maiúscula,<br />

minúscula).<br />

Tomando ainda como exemplo a cartilha<br />

Pipoca, vimos, pelo exemplo apresentado<br />

anteriormente, que, em cada lição, primeiro<br />

as crianças eram apresentadas a uma palavra<br />

e a um texto cartilhado, depois elas deveriam<br />

revisar os padrões já supostamente<br />

aprendidos/memorizados, para poderem<br />

realizar as atividades, tal como ilustrado a<br />

seguir:<br />

○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

No fascículo 1 analisamos a<br />

diferença entre alguns métodos de<br />

alfabetização, dentre eles o<br />

silábico: “A opção pelos princípios<br />

do método silábico (...) contempla<br />

alguns aspectos importantes para<br />

a apropriação do código escrito,<br />

mas supõe uma progressão fixa e<br />

previamente definida e reduz o<br />

alcance dos conhecimentos<br />

lingüísticos, quando desconsidera<br />

as funções sociais da escrita.”

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