Alfabetização, Letramento - Inep
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Os suportes dos textos na formação do leitor<br />
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contato com editoras, livrarias, sebos e bibliotecas, pesquisando catálogos, lendo e analisando o<br />
material a ser empregado em sala de aula.<br />
Se não houver possibilidade de organizar uma “sala de leitura”, outros lugares podem ser usados<br />
para esse fim. Além da sala de aula, uma ou outra vez você pode levar seus alunos para a quadra<br />
de esportes ou o pátio, para deixá-los em contato com a natureza. Qualquer cantinho pode servir<br />
para você sentar-se com seus alunos e contar ou ouvir histórias. É o caso da professora Sandra,<br />
que utilizou a obra De repente dá certo, de Ruth Rocha, com uma turma de alunos:<br />
Relato nº 7<br />
Em meu trabalho como eventual, peguei uma vez uma turma de préadolescentes<br />
a quem tinha a missão de contar uma história. Havia lido o livro<br />
De repente dá certo, da autora Ruth Rocha e, acreditando que o assunto iria<br />
interessar àquele público, me propus a apresentá-lo a eles. A princípio, os<br />
alunos mostraram desinteresse pela história, preferindo outras atividades. Mas,<br />
à medida que eu fui contando, seu interesse foi despertado e ao final da<br />
história, eles se mostraram encantados.<br />
Dias depois, encontrei alguns desses alunos na rua, já que minha cidade é<br />
pequena. Eles me cumprimentavam e diziam “de repente dá certo, não é,<br />
dona?”. Fiquei muito feliz, pois esta experiência fez com que o tema da história<br />
se repetisse na prática. De repente deu certo. Por quê? Talvez porque não<br />
houve cobrança, porque a atividade foi realizada num ambiente informal e<br />
porque o texto escolhido despertou o interesse dos alunos, que tiveram<br />
empatia pelas personagens, podendo apreciar a história.<br />
(Sandra, professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio)<br />
O trabalho desta professora mostra que um arranjo despretensioso acabou por despertar o<br />
interesse dos alunos pela obra. Sandra escolheu uma obra que agradou ao público infantojuvenil<br />
pelo seu tema, o amor. Os temas podem ser sugeridos depois de uma observação daquilo<br />
que agrada aos alunos. E o interesse dos leitores-ouvintes pode ser despertado pelo(a)<br />
professor(a).<br />
Se, diferente destas experiências, a sua escola tem uma biblioteca, convém conhecê-la bem para<br />
utilizá-la da melhor forma possível. Para isso, convidamos você a refletir a respeito de alguns<br />
aspectos dos materiais que lemos.<br />
Quando pensamos em leitura, logo imaginamos um conjunto de produções escritas em papel —<br />
publicadas em livros, jornais ou revistas. Porém, não é só aí que estão os textos escritos.<br />
Lidamos com a leitura o tempo todo, já que fazemos parte de uma sociedade grafocêntrica, em<br />
que a escrita é parte constitutiva das mais diversas atividades do nosso dia-a-dia: há textos<br />
escritos em muros, outdoors, camisetas, papéis, cartões, livros, livrinhos e livrões. Estes são<br />
alguns dos diferentes suportes do texto.<br />
Conta a Bíblia, no livro do Êxodo, que Moisés recebeu de Deus, no Monte Sinai, as tábuas da<br />
lei, textos escritos diretamente na pedra, que ele depois quebraria, atirando-as ao chão. Por<br />
menos usual que hoje nos pareça, a pedra também foi um suporte da escrita. E, depois dela,<br />
papiros e pergaminhos foram utilizados com a mesma função, com a vantagem de serem mais<br />
leves e, portanto, mais portáteis.