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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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agricultura para a sua subsistência alimentar, tendo este padrão sido sobretudo <strong>de</strong>vido a<br />

uma maior ocupação estival em trabalhos agrícolas. Para além disso, a condição orgânica<br />

da principal presa (mexilhão) é boa <strong>no</strong> Inver<strong>no</strong>, quando a agitação marítima é muitas vezes<br />

relativamente favorável para esta exploração intertidal (Kyle e outros, 1997).<br />

Dos trabalhos acima referidos, o <strong>de</strong> Kingsford e outros (1991) é o único que<br />

apresenta um registo <strong>de</strong> diferenças não significativas entre Verão e Inver<strong>no</strong> <strong>no</strong> respeitante à<br />

abundância global <strong>de</strong> pessoas em activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> organismos <strong>de</strong> litorais<br />

<strong>rochoso</strong>s. Apesar <strong>de</strong>ste resultado, estes autores observaram um maior número <strong>de</strong> pessoas<br />

em activida<strong>de</strong>s exclusivamente lúdicas <strong>no</strong> Verão, tendo esta estação do a<strong>no</strong> sido<br />

comparada com o Inver<strong>no</strong>. No entanto, é possível que aquela ausência <strong>de</strong> diferenças<br />

significativas esteja relacionada, em parte, com o facto <strong>de</strong> aqueles autores não terem<br />

amostrado dias chuvosos, alegando que Un<strong>de</strong>rwood e Kennelly (1990) tinham <strong>de</strong>monstrado<br />

que a activida<strong>de</strong> <strong>humana</strong> em litorais <strong>rochoso</strong>s da mesma região diminuía quando chovia.<br />

Segundo Un<strong>de</strong>rwood e Kennelly (1990), a comparação <strong>de</strong> amostras aleatoriamente<br />

colhidas em diferentes tempos e em várias partes da costa só será interpretável se a<br />

influência do clima for compreendida. Deste modo, estes autores afirmam que tal<br />

amostragem comparativa po<strong>de</strong> ser feita com tempo quente ou frio, e húmido ou seco. No<br />

presente trabalho, a amostragem não foi <strong>de</strong>lineada <strong>de</strong>sta forma, pois é um dos seus<br />

objectivos a análise da variação sazonal da intensida<strong>de</strong> das activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s em<br />

estudo. Sendo as estações do a<strong>no</strong> caracterizadas por diferentes condições atmosféricas e<br />

marítimas, e sabendo-se que a adversida<strong>de</strong> do clima tem uma influência negativa sobre<br />

estas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exterior, <strong>de</strong>verá ser consi<strong>de</strong>rada a variabilida<strong>de</strong> climática inerente às<br />

estações do a<strong>no</strong> em comparação. Se não fossem amostrados dias chuvosos, como foi feito<br />

<strong>no</strong> estudo acima referido, a influência que a chuva tem na intensida<strong>de</strong> das activida<strong>de</strong>s em<br />

estudo não seria consi<strong>de</strong>rada e a comparação entre as estações do a<strong>no</strong> apenas integraria a<br />

influência <strong>de</strong> outras condições atmosféricas (por exemplo, temperatura do ar, intensida<strong>de</strong> do<br />

vento e nebulosida<strong>de</strong>) e marítimas (por exemplo, agitação e turbi<strong>de</strong>z da água do mar).<br />

Quando analisadas separadamente, as activida<strong>de</strong>s que apresentaram com mais<br />

frequência valores mais elevados <strong>no</strong> Verão e mais baixos <strong>no</strong> Inver<strong>no</strong> foram a apanha <strong>de</strong><br />

lapas e burriés, a apanha <strong>de</strong> isco e pesca à linha, e o passeio ou repouso. Nos dois<br />

primeiros conjuntos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s, este padrão foi sobretudo evi<strong>de</strong>nte em períodos <strong>de</strong><br />

baixa-mar (a apanha <strong>de</strong> lapas, burriés ou isco é exercida quase exclusivamente durante a<br />

baixa-mar), embora tenha sido verificado em baixa-mar e preia-mar <strong>no</strong> caso das activida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> passeio ou repouso. Para além da influência das condições climatéricas e <strong>de</strong> ocupação<br />

<strong>humana</strong> acima referidas, é possível que estas activida<strong>de</strong>s, <strong>no</strong>meadamente as que não<br />

envolvem a captura <strong>de</strong> organismos para alimento ou isco, sejam gran<strong>de</strong>mente influenciadas<br />

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