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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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o período principal <strong>de</strong> exploração em marés vivas se situa geralmente entre uma hora antes<br />

e duas <strong>de</strong>pois da respectiva hora prevista pelas tabelas <strong>de</strong> maré.<br />

Tendo os três anteriores parágrafos em consi<strong>de</strong>ração, é comum que, após o<br />

exercício do marisqueio (e/ou <strong>de</strong> apanha <strong>de</strong> isco) durante a baixa-mar, o mesmo indivíduo<br />

pesque à linha com cana durante a enchente, a partir do momento em que a maré não<br />

permite a apanha <strong>de</strong> marisco ou <strong>de</strong> isco em níveis inferiores, ou por outras razões (por<br />

exemplo, relacionadas com o sucesso do marisqueio, sendo esta activida<strong>de</strong> interrompida se<br />

tiver sido pouco rentável ou se a captura for consi<strong>de</strong>rada suficiente).<br />

Indicando a potencial relação entre o marisqueio e a pesca à linha referida <strong>no</strong><br />

anterior parágrafo, muitos apanhadores <strong>de</strong> marisco em exercício na baixa-mar transportam<br />

uma cana para pesca à linha, além do(s) instrumento(s) <strong>de</strong>stinado(s) ao marisqueio.<br />

Há activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio que são tipicamente longas e po<strong>de</strong>m ser exercidas<br />

durante as três horas <strong>de</strong> baixa-mar acima referidas, ou mesmo durante mais tempo, e outras<br />

que são geralmente me<strong>no</strong>s <strong>de</strong>moradas. No primeiro caso, po<strong>de</strong>mos incluir a apanha <strong>de</strong><br />

polvo e caranguejos, na qual é <strong>no</strong>rmal os pescadores percorrerem a pé várias centenas <strong>de</strong><br />

metros <strong>de</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong>, buscando as presas em frestas e <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> pedras.<br />

Encontrando-se pouco concentrados <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong>, e sendo móveis e <strong>de</strong> hábitos<br />

crípticos (Alvarez, 1968; Sousa Reis e outros, 1984; Guerra, 1992), o polvo e os<br />

caranguejos po<strong>de</strong>m ser difíceis <strong>de</strong> encontrar e, mesmo, <strong>de</strong> capturar e, assim, o sucesso da<br />

sua apanha po<strong>de</strong> variar muito consoante a abundância e o comportamento das presas, e o<br />

conhecimento e a experiência do pescador. Quando é bem sucedida, a apanha <strong>de</strong> polvo e<br />

caranguejos po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se durante quase toda a baixa-mar (ver acima) mas, em<br />

caso <strong>de</strong> insucesso, o respectivo pescador po<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir abandonar o local ou mudar <strong>de</strong><br />

activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> predação (começando, por exemplo, a pescar à linha, ou a apanhar outro<br />

marisco cuja captura seja mais fácil).<br />

Outras activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio são bastante mais se<strong>de</strong>ntárias que a apanha <strong>de</strong><br />

polvo e caranguejos, como é o caso da apanha <strong>de</strong> percebe, mexilhão, lapas, burriés, ou<br />

ouriço-do-mar, geralmente <strong>de</strong>senvolvidas numa área muito me<strong>no</strong>r e, também, durante<br />

me<strong>no</strong>s tempo (<strong>no</strong>rmalmente entre uma a duas horas), aten<strong>de</strong>ndo a que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas<br />

presas é maior, que a sua captura é exercida com poucas paragens, e que o objectivo da<br />

sua apanha, <strong>no</strong>rmalmente atingido, é encher um recipiente com um <strong>de</strong>terminado volume<br />

(muitas vezes, previamente estabelecido em função da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte, a pé,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o local da apanha até à viatura do pescador). No caso da pesca submarina, po<strong>de</strong>m<br />

também ser percorridas gran<strong>de</strong>s distâncias, embora, por vezes, com o auxílio <strong>de</strong><br />

embarcações.<br />

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