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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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da maioria dos substratos duros intertidais (por exemplo, Raffaelli e Hawkins, 1996), que<br />

po<strong>de</strong>m apresentar, por exemplo, uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microhabitats numa área <strong>de</strong><br />

poucos metros quadrados (Chapman, 1994), bem como a outros factores ambientais que<br />

actuam e po<strong>de</strong>m ser extremamente variáveis a pequena escala. Esta variação espacial<br />

(geralmente, <strong>de</strong> alguns centímetros a poucas centenas <strong>de</strong> metros), registada em estudos<br />

sobre populações e comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s <strong>de</strong> diversas regiões (por exemplo,<br />

Jernakoff, 1985a; Un<strong>de</strong>rwood e Chapman, 1989, 1996; Chapman, 1994; Menconi e outros,<br />

1999), bem como sobre o comportamento alimentar e os padrões <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong><br />

moluscos gastrópo<strong>de</strong>s herbívoros, como as lapas (Chapman e Un<strong>de</strong>rwood, 1992), foi<br />

também observada com frequência neste habitat e na região em estudo, ao nível da<br />

estrutura <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s macrobentónicas (Saú<strong>de</strong>, 2000; Silva, 2002b) e da abundância <strong>de</strong><br />

potenciais presas <strong>humana</strong>s, como o percebe (Cruz, 2000), as lapas (Silva, 2002b; Sousa,<br />

2002) e os burriés (Salvador, 2002).<br />

No entanto, esta variabilida<strong>de</strong> a pequena escala dos valores médios raramente<br />

diferiu em função da intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong> (apenas na análise do tamanho <strong>de</strong><br />

lapas exploradas em níveis inferiores <strong>de</strong> maré o factor local foi significativo, na amostragem<br />

aleatória, e mais frequente, na amostragem selectiva, nas praias sujeitas a maior<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração <strong>humana</strong>), não tendo acontecido o mesmo com a variância<br />

estimada por local, que foi, em alguns casos, significativamente maior em praias sujeitas a<br />

maior intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta exploração (ver acima). Estes resultados sugerem, assim, que esta<br />

variabilida<strong>de</strong> espacial a pequena escala foi aumentada <strong>de</strong> modo significativo pela predação<br />

<strong>humana</strong> exercida <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>. Com efeito, a variabilida<strong>de</strong> à escala do local<br />

(algumas centenas <strong>de</strong> metros) da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s foi mais<br />

importante que à escala da praia (alguns milhares <strong>de</strong> metros), tendo sido sempre<br />

significativa <strong>no</strong>s conjuntos totais <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s e mo<strong>de</strong>radamente frequente <strong>no</strong> caso da<br />

apanha <strong>de</strong> lapas (secção 2), o que po<strong>de</strong> ter contribuído para este aumento <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong><br />

entre locais com alguns metros <strong>de</strong> extensão.<br />

Na literatura consultada não foi encontrado algum trabalho sobre a predação<br />

<strong>humana</strong> <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s on<strong>de</strong> esta variabilida<strong>de</strong> espacial tenha sido testada. No caso<br />

dos trabalhos <strong>de</strong>dicados ao estudo do impacte da apanha <strong>humana</strong> <strong>de</strong> lapas, foram<br />

registados <strong>de</strong>clínios significativos na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e/ou <strong>no</strong> tamanho das presas em locais<br />

sujeitos a uma intensa exploração <strong>humana</strong> (Eekhout e outros, 1992; Branch e More<strong>no</strong>,<br />

1994; Bustamante e outros, 1994; Hockey, 1994; Santos e outros, 1995; Pombo e Escofet,<br />

1996; Hawkins e outros, 2000; Ferraz e outros, 2001; Branch e O<strong>de</strong>ndaal, 2003; Roy e<br />

outros, 2003), embora nas respectivas análises tenham sido testadas diferenças entre<br />

valores médios e não entre variâncias. Tal como refere Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi (2003), as<br />

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