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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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Aten<strong>de</strong>ndo a que a predação ocorre quando um organismo mata outro para <strong>de</strong>le<br />

se alimentar (Hockey, 1994), os referidos pisamento, <strong>de</strong>struição e perturbação não são<br />

consi<strong>de</strong>rados, <strong>no</strong> presente trabalho, activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação mas não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser <strong>de</strong><br />

exploração, tendo em conta os respectivos impactes. O mesmo se aplica à apanha <strong>de</strong><br />

organismos vivos para utilização como isco ou engodo em activida<strong>de</strong>s pesqueiras,<br />

embora, neste caso, a morte dos organismos capturados seja provocada<br />

voluntariamente.<br />

Comparando o impacte da predação <strong>humana</strong> sobre litorais <strong>rochoso</strong>s com o <strong>de</strong><br />

outras activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s que afectam as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste habitat, Crowe e outros<br />

(2000) consi<strong>de</strong>raram a respectiva perturbação como crónica (prolongada e <strong>de</strong> baixa<br />

magnitu<strong>de</strong>). Embora o impacte ecológico <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s não seja contínuo e tenha<br />

características mistas <strong>de</strong> perturbações tipicamente crónicas ou agudas (Keough e Quinn,<br />

1991), Lasiak e Field (1995) consi<strong>de</strong>raram crónica a perturbação causada pelo<br />

marisqueio <strong>de</strong> costas rochosas, por ser provavelmente efectuada sem permitir a<br />

recuperação das populações afectadas. Do mesmo modo, Durán e outros (1987)<br />

consi<strong>de</strong>raram crónico o impacte causado pela predação <strong>humana</strong> <strong>de</strong> três espécies <strong>de</strong><br />

moluscos intertidais, cuja variação mensal da biomassa foi muito reduzida em locais<br />

explorados, em comparação com um local não explorado, on<strong>de</strong> a biomassa foi maior e<br />

variou sazonalmente.<br />

Numa escala crescente <strong>de</strong> 1 a 5 pontos, Crowe e outros (2000) atribuíram 3<br />

pontos à severida<strong>de</strong> do impacte das activida<strong>de</strong>s em estudo: em ex aequo com o impacte<br />

da introdução <strong>de</strong> espécies, e da poluição <strong>de</strong> nutrientes e <strong>de</strong> metais pesados; superior ao<br />

impacte da poluição térmica e crónica por óleo (2 pontos); e inferior ao impacte <strong>de</strong><br />

“blooms” <strong>de</strong> algas tóxicas, da poluição aguda por óleo, do uso <strong>de</strong> tintas anti-vegetativas e<br />

do pisamento (4 pontos). Classificando a extensão dos impactes antropogénicos em<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s numa escala <strong>de</strong> 1 (local/raro) a 5 (gran<strong>de</strong><br />

escala/comum) pontos, os mesmos autores atribuíram 3 pontos às activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

predação exercidas <strong>no</strong> mundo em <strong>de</strong>senvolvimento. Esta classificação foi superior à das<br />

restantes activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s que causam stress em litorais <strong>rochoso</strong>s <strong>de</strong> países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, bem como à das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong> exercidas em países<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, correspon<strong>de</strong>nte a 1 ponto. No mundo <strong>de</strong>senvolvido, os mesmos autores<br />

atribuíram à extensão das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação a me<strong>no</strong>r importância relativa, em ex<br />

aequo com o impacte da poluição térmica.<br />

Aten<strong>de</strong>ndo à ávida e intensa exploração <strong>humana</strong> do <strong>litoral</strong>, incluindo o <strong>rochoso</strong>,<br />

<strong>de</strong> países como a Austrália, França, Espanha ou Portugal (Un<strong>de</strong>rwood, 1993; Santos e<br />

outros, 1995; Raffaelli e Hawkins, 1996; Castro e outros, 2000), consi<strong>de</strong>rados<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, industrializados e <strong>de</strong> elevado rendimento anual bruto (UNDP e outros,<br />

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