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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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estas informações sobre variação sazonal e preferências ambientais dos apanhadores <strong>de</strong><br />

percebe <strong>de</strong>sta região costeira, é possível que a não observação, <strong>no</strong> presente estudo, <strong>de</strong> um<br />

padrão V>I em marés vivas e <strong>de</strong> um padrão MV>MM <strong>no</strong> Verão, na apanha <strong>de</strong> percebe<br />

exercida na costa alentejana, se <strong>de</strong>va ao facto <strong>de</strong> os apanhadores <strong>de</strong> percebe observados<br />

terem sido maioritariamente profissionais. Aten<strong>de</strong>ndo a que os montantes <strong>de</strong> captura são<br />

muito diferentes consoante as motivações <strong>de</strong>stes dois tipos <strong>de</strong> apanhadores <strong>de</strong> percebe<br />

(Jesus, 2003), seria importante estimar a sua abundância relativa em estudos futuros.<br />

A distribuição vertical <strong>de</strong>ste crustáceo, cuja abundância e tamanho são maiores em<br />

níveis intertidais inferiores (Cruz, 2000), acentua ainda mais esta <strong>de</strong>pendência dos<br />

apanhadores em relação a períodos com me<strong>no</strong>r agitação marítima e, também, a períodos<br />

<strong>de</strong> baixa-mar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>. Apesar <strong>de</strong> esta espécie também se distribuir<br />

subtidalmente até poucos metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser encontrados os maiores<br />

exemplares (Cruz, 2000), as observações efectuadas ao longo <strong>de</strong>ste trabalho indicam que a<br />

apanha <strong>de</strong> percebe na costa alentejana é praticada sobretudo em níveis intertidais, sem<br />

imersão completa do apanhador, embora esta também tenha sido observada na captura<br />

<strong>de</strong>ste crustáceo, tanto em baixa-mar, como em preia-mar. Jesus (2003) fez observações<br />

semelhantes na costa sudoeste <strong>de</strong> Portugal continental e, do mesmo modo, Baptista (2001)<br />

refere que, <strong>no</strong> concelho <strong>de</strong> Vila do Bispo, a apanha <strong>de</strong> percebe é maioritariamente<br />

efectuada em níveis intertidais, embora também refira que, actualmente, a técnica mais<br />

utilizada, e quase generalizada, é a do mergulho. No entanto, o mesmo autor afirma que “a<br />

arte <strong>de</strong> mariscar só po<strong>de</strong> realizar-se nas «marés vazas» quando a penedia fica a<br />

<strong>de</strong>scoberto” (página 79), o que sugere que a técnica <strong>de</strong> mergulho referida neste trabalho<br />

não implica, necessariamente, a imersão completa do apanhador.<br />

Como foi acima referido, V>I foi o padrão sazonal que ocorreu com mais frequência<br />

nas análises que apenas consi<strong>de</strong>raram estas duas estações do a<strong>no</strong>. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente ou<br />

apesar da interacção com outros factores, este padrão foi verificado em activida<strong>de</strong>s<br />

amostradas em baixa-mar (apanha <strong>de</strong> polvo e caranguejos, apanha <strong>de</strong> isco e pesca à linha,<br />

predação total e total global) e em baixa-mar e preia-mar (passeio ou repouso). Nas<br />

restantes activida<strong>de</strong>s analisadas, as diferenças entre estações do a<strong>no</strong> foram tão frequentes<br />

quanto a sua ausência, e o respectivo padrão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>u da interacção observada. Com<br />

efeito, nas activida<strong>de</strong>s praticadas em baixa-mar <strong>de</strong> apanha <strong>de</strong> percebe, lapas, burriés, e<br />

ouriço-do-mar, e <strong>de</strong> marisqueio em geral, e nas pescas à linha e submarina praticadas em<br />

baixa-mar e preia-mar, o padrão V=I foi encontrado em meta<strong>de</strong> das situações consi<strong>de</strong>radas.<br />

Das activida<strong>de</strong>s analisadas, foram estas as que me<strong>no</strong>s variação sazonal apresentaram.<br />

Num estudo realizado em litorais <strong>rochoso</strong>s do estado australia<strong>no</strong> <strong>de</strong> New South<br />

Wales, Kingsford e outros (1991) também observaram diferenças não significativas entre<br />

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