Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...
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utilização <strong>de</strong>stas praias are<strong>no</strong>sas é muito reduzida fora da época balnear e a influência dos<br />
seus utilizadores na exploração <strong>humana</strong> do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> <strong>de</strong>verá ser muito<br />
me<strong>no</strong>r durante este período.<br />
De acordo com as observações e informações previamente obtidas, parece ser<br />
importante a proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas turísticas, ou intensamente utilizadas durante<br />
o Verão, por ser frequente a utilização, <strong>de</strong> zonas rochosas próximas, por parte <strong>de</strong> banhistas<br />
que para elas se <strong>de</strong>slocam, geralmente a pé e durante a baixa-mar, com vista à apanha <strong>de</strong><br />
marisco ou ao passeio ou repouso. Aten<strong>de</strong>ndo à ocupação geralmente lúdica e aos<br />
dominantes motivos <strong>de</strong> lazer dos banhistas que utilizam estas praias are<strong>no</strong>sas (SEMARTE,<br />
1992; Silva, 2000, 2002a), é <strong>de</strong> prever que a principal activida<strong>de</strong> que estes procuram<br />
<strong>de</strong>senvolver num <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> vizinho, para o qual se <strong>de</strong>slocam a pé, seja também lúdica e<br />
<strong>de</strong> lazer, como passear ou repousar, po<strong>de</strong>ndo envolver a observação e manipulação <strong>de</strong><br />
organismos vivos intertidais. Caso esses banhistas pretendam capturar organismos<br />
intertidais para alimento ou isco, é também previsível, face aos motivos referidos, que as<br />
presas-alvo sejam fáceis <strong>de</strong> capturar, ou que a sua captura não envolva <strong>de</strong>masiado esforço<br />
físico. Assim, não é <strong>de</strong> estranhar que, das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação estudadas, as que<br />
apresentaram com mais frequência valores mais elevados <strong>no</strong> Verão e mais baixos <strong>no</strong><br />
Inver<strong>no</strong> foram a apanha <strong>de</strong> lapas e burriés, e a apanha <strong>de</strong> isco e pesca à linha (ver acima).<br />
Com efeito, das activida<strong>de</strong>s parciais analisadas, são estas as <strong>de</strong> mais fácil exercício e que<br />
envolvem me<strong>no</strong>r risco para o Homem.<br />
Deste modo, é <strong>de</strong> supor que, quando os factores estação do a<strong>no</strong> e proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
praias are<strong>no</strong>sas turísticas são analisados em conjunto, sejam registadas interacções<br />
significativas entre eles <strong>no</strong> caso das activida<strong>de</strong>s mais <strong>de</strong>senvolvidas pelos banhistas e que,<br />
quando tal acontece, o padrão V>I seja registado na condição <strong>de</strong> maior proximida<strong>de</strong>. Nas<br />
análises em que estes factores foram conjugados, a significância da sua interacção foi<br />
verificada: em baixa-mar, na apanha <strong>de</strong> lapas e burriés e <strong>no</strong>s conjuntos totais <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> marisqueio e globais; em baixa-mar e preia-mar, nas pescas à linha e submarina. O<br />
padrão postulado foi observado <strong>no</strong> total <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio, na apanha <strong>de</strong> lapas e<br />
burriés (apenas em dias úteis) e na pesca à linha (apenas numa das duas praias<br />
consi<strong>de</strong>radas), sugerindo, <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo, que o factor proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas turísticas<br />
tem uma influência importante na variação sazonal da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
predação <strong>humana</strong>. No entanto, a variação espacial em função <strong>de</strong>sta proximida<strong>de</strong> teve<br />
apenas importância elevada <strong>no</strong> total <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio (ver em baixo).<br />
Nas restantes activida<strong>de</strong>s parciais analisadas, os padrões sazonais foram muito<br />
variáveis, sobretudo <strong>no</strong>s casos em que as quatro estações do a<strong>no</strong> foram analisadas em<br />
conjunto. Nestas análises, também se registaram, embora pontualmente, padrões em que<br />
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