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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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um stock subtidal não explorado mas que também são capturadas pelo Homem, o tamanho<br />

foi me<strong>no</strong>r em locais mais explorados e, numa <strong>de</strong>stas espécies, a abundância também foi<br />

me<strong>no</strong>r <strong>no</strong>s mesmos locais.<br />

Por outro lado, também Catterall e Poiner (1987) e Pombo e Escofet (1996)<br />

consi<strong>de</strong>raram importante a existência <strong>de</strong> stocks subtidais adjacentes para a recuperação <strong>de</strong><br />

populações <strong>de</strong> moluscos intertidais afectadas pela predação <strong>humana</strong>, <strong>no</strong>meadamente<br />

quando os estados bentónicos das espécies em causa são suficientemente móveis para<br />

efectuar tal migração. Embora com velocida<strong>de</strong> reduzida, a mobilida<strong>de</strong> bentónica <strong>de</strong> P.<br />

lividus (Dance, 1987) torna possível essa migração.<br />

No entanto, Guiomar (1997) observou uma maior abundância <strong>de</strong> P. lividus em<br />

locais me<strong>no</strong>s explorados pelo Homem <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> (Nascedios e Cabo<br />

Sardão), quando comparados com outros mais explorados (Oliveirinha e Burrinho). Porém, é<br />

possível que estas diferenças estejam também relacionadas com o facto <strong>de</strong> aqueles locais<br />

se encontrarem a sul e estes a <strong>no</strong>rte. Comparando períodos antes e <strong>de</strong>pois da Páscoa<br />

(Março/Abril) <strong>de</strong> um a<strong>no</strong>, a mesma autora observou também um <strong>de</strong>créscimo temporal <strong>de</strong><br />

abundância e tamanho <strong>de</strong>sta espécie <strong>no</strong>s referidos locais mais explorados, apesar das<br />

condições climatéricas <strong>no</strong>s meses <strong>de</strong> Março e Abril do a<strong>no</strong> amostrado (1996; secção 2)<br />

terem sido pouco favoráveis à realização <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong>. De<br />

qualquer modo, estes resultados sugerem que os efeitos da exploração <strong>humana</strong> ocorrida na<br />

época das “ouriçadas” são <strong>de</strong>tectáveis até pouco meses <strong>de</strong>pois na população <strong>de</strong> ouriço-do-<br />

mar, embora não tenha sido estudada a sua evolução posterior.<br />

Apanha <strong>de</strong> percebe<br />

Aten<strong>de</strong>ndo à elevada intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong> percebe na região em<br />

estudo (secção 2; Cruz, 1995; 2000), também indicada pelo elevado valor <strong>de</strong> F (0,46; F=Y/B,<br />

<strong>de</strong> acordo com Ricker, 1975), a equação MSY(Fox) é mais segura nestas condições (Garcia e<br />

outros, 1989). Segundo o valor obtido por esta equação (168748,5kg/km 2 /a<strong>no</strong>), a exploração<br />

<strong>humana</strong> do percebe na região em estudo foi efectuada a uma taxa equivalente a cerca <strong>de</strong> ¾<br />

da que é consi<strong>de</strong>rada sustentável pelo mo<strong>de</strong>lo aplicado, po<strong>de</strong>ndo o stock em análise ser<br />

consi<strong>de</strong>rado intensa a totalmente pescado (Garcia, 1996). Esta classificação vai <strong>de</strong> encontro<br />

ao facto <strong>de</strong> Cruz (1995; 2000) ter consi<strong>de</strong>rado que a população <strong>de</strong> percebe era<br />

intensamente explorada na costa alentejana.<br />

Apesar das imprecisões dos métodos aplicados, estes resultados sugerem que a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong> do percebe po<strong>de</strong> estar em risco e reforçam as<br />

sugestões acima referidas (ver também secção 2), <strong>de</strong> que esta activida<strong>de</strong> é muito intensa<br />

nesta região, que tem um impacte ecológico significativo e que <strong>de</strong>veria ser condicionada por<br />

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