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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi e Cinelli, 1993; Dye, 1993), é <strong>de</strong> admitir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal migração ter<br />

ocorrido, tendo em consi<strong>de</strong>ração o ocorrido <strong>no</strong> território acima referido.<br />

De qualquer modo, a recolonização <strong>de</strong> lapas <strong>de</strong> tamanho gran<strong>de</strong> verificada na<br />

maioria das áreas que foram sujeitas ao tratamento T indica que existe, em lapas com esta<br />

dimensão, pertencentes a P. ulyssiponensis e habitantes <strong>de</strong> níveis inferiores <strong>de</strong> maré da<br />

região em estudo, um potencial <strong>de</strong> emigração para territórios adjacentes. Esta <strong>de</strong>slocação<br />

migratória po<strong>de</strong> ter sido motivada por pressões competitivas a que as lapas estavam<br />

sujeitas <strong>no</strong>s territórios <strong>de</strong> on<strong>de</strong> migraram e/ou pelo aumento <strong>de</strong> alimento potencial que<br />

ocorreu <strong>no</strong>s territórios on<strong>de</strong> foram removidas lapas em t0 e para on<strong>de</strong> migraram (ver<br />

adiante).<br />

Com efeito, em substratos duros intertidais como os estudados neste trabalho, as<br />

lapas po<strong>de</strong>m ser alvo <strong>de</strong> elevadas pressões competitivas, causadas por outras lapas, da<br />

mesma ou <strong>de</strong> outra espécie, ou por outros organismos que com elas compitam por espaço<br />

(por exemplo, cracas, algas) e/ou alimento (por exemplo, outros moluscos herbívoros), e<br />

que po<strong>de</strong>m afectar significativamente o crescimento, o recrutamento e a reprodução dos<br />

organismos envolvidos (Branch, 1975b, 1975c, 1981; Un<strong>de</strong>rwood, 1979, 1992; Creese e<br />

Un<strong>de</strong>rwood, 1982; Boaventura e outros, 2002b, 2003). Em vários estudos foi já observada a<br />

migração <strong>de</strong> lapas e, nalguns casos, este comportamento foi interpretado como uma forma<br />

<strong>de</strong> reduzir a competição intraespecífica por espaço e/ou alimento, aten<strong>de</strong>ndo a que a<br />

intensida<strong>de</strong> da competição é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (Branch, 1975b, 1975c, 1981;<br />

Delany e outros, 1998).<br />

Embora o comportamento <strong>de</strong> retor<strong>no</strong> a casa (“homing”) <strong>de</strong> P. ulyssiponensis tenha<br />

sido consi<strong>de</strong>rado uma característica regular por Cook e outros (1969; porém, Un<strong>de</strong>rwood,<br />

1979, referiu que estes autores não <strong>de</strong>monstraram quantitativamente que este<br />

comportamento não foi aleatório) e, com base neste trabalho, Branch (1981) tenha-o<br />

classificado como rígido, esta espécie po<strong>de</strong> efectuar <strong>de</strong>slocações migratórias: Delany e<br />

outros (1998) registaram a imigração <strong>de</strong> exemplares <strong>de</strong>sta espécie com CMC >10mm para<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> poças <strong>de</strong> maré <strong>de</strong> níveis intertidais médios, após remoção <strong>de</strong> todas as respectivas<br />

lapas; num estudo preliminar realizado numa praia do <strong>litoral</strong> alenteja<strong>no</strong>, <strong>no</strong> qual exemplares<br />

<strong>de</strong>sta espécie foram mudados <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> maré inferiores para níveis médios, Sousa<br />

(2002) observou a sua <strong>de</strong>slocação migratória para níveis inferiores e em direcção a poças<br />

<strong>de</strong> maré e fendas.<br />

Por outro lado, a diminuição da abundância e do tamanho <strong>de</strong> lapas tem,<br />

geralmente, como efeito directo, um aumento da abundância <strong>de</strong> algas, <strong>no</strong>meadamente das<br />

espécies que são consumidas por estes moluscos (por exemplo, Hawkins e Hart<strong>no</strong>ll, 1983;<br />

Un<strong>de</strong>rwood e Jernakoff, 1984; Dye, 1992, 1993; Sharpe e Keough, 1998; Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi,<br />

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