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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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Villiers (1976) sugeriu que uma captura anual <strong>de</strong> 5 a 10% da biomassa explorável é<br />

conservativa. Analisando este problema na mesma região, Eekhout e outros (1992)<br />

consi<strong>de</strong>ram, em primeiro lugar, ser imperativo que qualquer pesca <strong>de</strong> lapas seja gerida <strong>de</strong><br />

modo conservativo, tendo sugerido a aplicação <strong>de</strong> quotas máximas à exploração <strong>de</strong> duas<br />

populações <strong>de</strong> lapas. Aten<strong>de</strong>ndo às diferentes características das espécies envolvidas<br />

(Patella granatina e P. argenvillei), estes autores recomendaram que tais quotas não<br />

ultrapassassem as respectivas estimativas <strong>de</strong> MSY (calculadas através da aplicação <strong>de</strong><br />

MSY(Gulland)), correspon<strong>de</strong>ntes a cerca <strong>de</strong> 25 e 7% da biomassa explorável, embora Branch e<br />

More<strong>no</strong> (1994) consi<strong>de</strong>rem que, <strong>no</strong> conjunto <strong>de</strong>stas duas espécies, uma captura anual na<br />

or<strong>de</strong>m dos 4 a 8% da biomassa explorável po<strong>de</strong>ria ser sustentável. Por outro lado, Eekhout<br />

e outros (1992) também propuseram que, em conjunto com estas medidas, fossem<br />

adoptados tamanhos mínimos <strong>de</strong> captura, <strong>de</strong> modo a garantir a manutenção <strong>de</strong> 50% da<br />

produção <strong>de</strong> gâmetas.<br />

É <strong>de</strong> referir que as estimativas <strong>de</strong> B0, Y e/ou MSY apresentadas por <strong>de</strong> Villiers<br />

(1976), Menezes (1991) e Eekhout e outros (1992) não foram calculadas por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

área, nem estes autores fornecem suficiente informação para o seu cálculo <strong>de</strong>sta forma,<br />

razão pela qual não foram comparadas com os respectivos valores obtidos <strong>no</strong> presente<br />

trabalho.<br />

Tal como referem Branch e More<strong>no</strong> (1994), numa revisão sobre os efeitos da<br />

exploração <strong>humana</strong> em herbívoros <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s, cada espécie possui características<br />

particulares que influenciam a sua vulnerabilida<strong>de</strong>. Consi<strong>de</strong>rando que a espécie em análise<br />

(P. ulyssiponensis) é diferente das acima referidas e, tendo também em conta, que a<br />

exploração <strong>humana</strong> da região em estudo é intensa, os resultados apresentados por <strong>de</strong><br />

Villiers (1976), Menezes (1991) e Eekhout e outros (1992) são pouco comparáveis com os<br />

obtidos <strong>no</strong> presente trabalho. Mesmo assim, salvaguardando as <strong>de</strong>vidas diferenças, o total<br />

capturado anualmente (Y) na região em estudo, e correspon<strong>de</strong>nte a cerca <strong>de</strong> 2,4% da<br />

biomassa explorável (B) da espécie em análise, parece ser conservativo. Por último, este<br />

valor é bastante inferior à percentagem, em relação a B, das estimativas <strong>de</strong> MSY obtidas<br />

pela aplicação das equações MSY(Schaefer) e MSY(Fox): 17 e 13%, respectivamente.<br />

De qualquer modo, estes valores são bastante inferiores aos obtidos na análise da<br />

sustentabilida<strong>de</strong> da apanha <strong>de</strong> percebe (F=Y/B=0,46; MSY(Fox)/B=0,6), o que está <strong>de</strong> acordo<br />

com o facto <strong>de</strong> o respectivo stock ter sido consi<strong>de</strong>rado intensa a totalmente pescado, e o <strong>de</strong><br />

P. ulyssiponensis ter sido classificado como mo<strong>de</strong>radamente pescado.<br />

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