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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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entanto, o cumprimento <strong>de</strong>sta medida po<strong>de</strong> ser mais difícil por parte <strong>de</strong> apanhadores <strong>de</strong><br />

lapas me<strong>no</strong>s experimentados, cujas capturas incluem indivíduos <strong>de</strong> tamanho muito diferente<br />

(Martins e outros, 1987), e que exploram também níveis intertidais superiores (ver atrás),<br />

on<strong>de</strong> as lapas maiores são me<strong>no</strong>s abundantes, <strong>no</strong>meadamente <strong>no</strong> caso <strong>de</strong> P.<br />

ulyssiponensis (Sousa, 2002).<br />

Na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma medida <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>ste tipo, seria importante analisar, em<br />

cada espécie em causa, a relação individual entre a biomassa da gónada e o tamanho.<br />

Utilizando esta informação, Eekhout e outros (1992) propuseram a imposição <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminados tamanhos mínimos na gestão da exploração <strong>de</strong> duas espécies <strong>de</strong> lapas sul-<br />

africanas, <strong>de</strong> modo a manter 50% do potencial reprodutor em populações não exploradas.<br />

... – crescimento<br />

Por outro lado, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma restrição dimensional <strong>de</strong>ste tipo, por estar<br />

associada à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s máximas <strong>de</strong> captura na gestão <strong>de</strong> um stock (Eekhout<br />

e outros, 1992; Bustamante e outros, 1994), <strong>de</strong>verá ter também em consi<strong>de</strong>ração as taxas<br />

<strong>de</strong> crescimento e mortalida<strong>de</strong> da espécie em causa. Com base num estudo efectuado na<br />

costa sudoeste irlan<strong>de</strong>sa, Thompson (1979) estimou que, <strong>no</strong> mínimo, são necessários cerca<br />

<strong>de</strong> 5 a<strong>no</strong>s para P. ulyssiponensis atingir 30mm <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> concha, tendo<br />

consi<strong>de</strong>rado que a sua taxa <strong>de</strong> crescimento é relativamente baixa, quando comparada com<br />

a <strong>de</strong> P. vulgata, estimada em condições ambientais semelhantes por outros autores. Esta<br />

constatação foi confirmada por este autor através da comparação dos valores por ele<br />

estimados com os observados por outros autores, <strong>de</strong>signadamente Fischer-Piette (1941)<br />

que, na costa <strong>no</strong>roeste <strong>de</strong> França, estimou serem necessários 7,5 a 10 a<strong>no</strong>s para P.<br />

ulyssiponensis atingir 40mm <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> concha.<br />

Na região em estudo, existem apenas algumas informações pouco representativas<br />

acerca da taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> P. ulyssiponensis: num estudo efectuado em níveis <strong>de</strong><br />

maré inferiores da praia da Oliveirinha entre Outubro <strong>de</strong> 1998 e Abril <strong>de</strong> 1999, Sousa (2002)<br />

estimou que 4 exemplares com comprimento máximo da concha entre 25 e 40mm<br />

cresceram, em média, 0,16mm em seis meses; na mesma praia e em níveis semelhantes,<br />

11 exemplares com comprimento máximo da concha entre 22 e 44mm cresceram, em<br />

média, 3,50mm em seis meses (observações pessoais efectuadas entre Março e Agosto <strong>de</strong><br />

1999). Conjugando estes dados, obtemos uma média global <strong>de</strong> 2,61mm, equivalente a uma<br />

estimativa grosseira do incremento anual da referida variável em exemplares <strong>de</strong>sta espécie<br />

com comprimento máximo da concha entre 22 e 44mm.<br />

Embora grosseira, esta estimativa encontra-se <strong>de</strong>ntro dos intervalos <strong>de</strong> incremento<br />

anual observados nesta espécie por Fischer-Piette (1941), e que são semelhantes aos<br />

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