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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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indirectamente afectadas, como dos respectivos efeitos ecológicos (por exemplo, Beja,<br />

1988; secção 1). Relativamente à criação <strong>de</strong> AMP <strong>no</strong> PNSACV, foram realizados dois<br />

primeiros trabalhos inteiramente <strong>de</strong>dicados a este assunto (Castro, 1996; North, 1996),<br />

embora tenham já sido apresentadas algumas propostas gerais em trabalhos <strong>de</strong> outra<br />

natureza (por exemplo, Canário e outros, 1994; Castro e outros, 2000). Consi<strong>de</strong>rando a<br />

elevada intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong> percebe <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> sudoeste <strong>de</strong> Portugal<br />

continental, bem como a biologia <strong>de</strong>ste crustáceo, Castro (1996; em co-autoria com T.<br />

Cruz), Cruz (2000) e Jesus (2003) apresentaram propostas com medidas que visam a<br />

conservação e a exploração sustentável <strong>de</strong>sta espécie nesta região.<br />

Apesar <strong>de</strong> todos os constrangimentos acima referidos, existem condições legais<br />

(ver acima) para a implementação <strong>de</strong> AMP <strong>no</strong> PNSACV, que po<strong>de</strong>m constituir uma mais-<br />

valia para as gentes locais, tanto em termos ecológicos como económicos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam<br />

envolvidas em acções integradas <strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. Em estudos<br />

sobre a criação <strong>de</strong> AMP neste Parque Natural, Castro (1996) e North (1996) i<strong>de</strong>ntificaram<br />

potenciais locais para o estabelecimento <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> reservas marinhas <strong>no</strong><br />

PNSACV. Estas áreas foram seleccionadas em termos pragmáticos, tendo em vista a<br />

gestão integrada e sustentável dos recursos vivos, a conservação da biodiversida<strong>de</strong> e a<br />

manutenção da estrutura e funcionamento do ecossistema costeiro, bem como a promoção<br />

da educação ambiental na região e a aquisição <strong>de</strong> conhecimentos científicos que<br />

contribuam para a sua conservação. Com efeito, só através da monitorização científica <strong>de</strong><br />

populações e comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> áreas protegidas, em contraste com áreas não sujeitas a<br />

protecção, se po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>terminar a eficácia da protecção (Un<strong>de</strong>rwood, 1993; Dye e outros,<br />

1994). Segundo os mesmos autores, tais estudos também po<strong>de</strong>rão contribuir <strong>de</strong> modo<br />

importante para <strong>de</strong>monstrar os efeitos ecológicos da exploração <strong>de</strong> recursos vivos.<br />

Apesar <strong>de</strong> estas propostas terem sido apresentadas ao PNSACV, nenhuma foi<br />

aplicada e este parque continua sem efectivas AMP ou mesmo alguma estratégia global e<br />

eficiente <strong>de</strong> protecção dos seus recursos vivos marinhos, como está patente na legislação<br />

acima referida. Num estudo efectuado com base em inquéritos lançados a associações<br />

ambientalistas europeias, An<strong>de</strong>rsson e outros (2003) referem a ausência <strong>de</strong> estratégia para<br />

a protecção do ambiente marinho em Portugal, cujas áreas marinhas protegidas (AMP)<br />

criadas em 1998 (Parque Natural da Arrábida e Reserva Natural das Berlengas) não<br />

possuem pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> gestão. No mesmo trabalho, Portugal foi agrupado com a Dinamarca,<br />

Espanha e França, cujos recentes esforços <strong>de</strong> protecção do ambiente marinho foram<br />

consi<strong>de</strong>rados reduzidos, em comparação com as restantes nações costeiras do Atlântico<br />

<strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste. Tal como referem Meir e outros (2004), os investimentos na conservação são<br />

restringidos por orçamentos e as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> implementar acções <strong>de</strong> conservação<br />

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