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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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zona central; Dethier, 1994) e, por outro, pelo relativamente reduzido tamanho dos territórios<br />

em causa (ver acima). Nos casos em que este crescimento marginal tenha sido importante,<br />

é provável que, com a continuação da experiência, a zona central dos territórios on<strong>de</strong> as<br />

lapas foram removidas e on<strong>de</strong> a abundância <strong>de</strong>stes moluscos não tenha sido restaurada,<br />

sobretudo <strong>no</strong> respeitante aos exemplares gran<strong>de</strong>s, tenha sido progressivamente coberta por<br />

algas folhosas. No entanto, a colonização <strong>de</strong> algas folhosas também po<strong>de</strong>rá ter ocorrido por<br />

assentamento <strong>de</strong> esporos e propágulos, potencialmente mais intenso na referida zona<br />

central, <strong>de</strong> acordo com o que acima foi mencionado acerca da influência do tamanho <strong>de</strong><br />

espaços perturbados na colonização <strong>de</strong>stes organismos.<br />

Efeitos na abundância <strong>de</strong> algas encrustantes<br />

Foi relativamente inesperada a não observação, nas ANOVA, <strong>de</strong> efeitos<br />

significativos e claros da remoção experimental <strong>de</strong> lapas na cobertura primária <strong>de</strong> algas<br />

encrustantes dos seus territórios alimentares, aten<strong>de</strong>ndo a que, tanto as duras, como as<br />

moles, po<strong>de</strong>m ser consumidas pelas espécies <strong>de</strong> lapas que neles habitam, <strong>de</strong>signadamente<br />

por P. ulyssiponensis (ver acima; Steneck e Watling, 1982; Della Santina e Chelazzi, 1993).<br />

Porém, nas análises multivariadas, a área <strong>de</strong> algas encrustantes moles ou duras foi sempre<br />

uma das duas variáveis que mais contribuíram para as diferenças significativas encontradas<br />

entre os tratamentos (ver atrás), tendo atingido, <strong>no</strong> tratamento <strong>de</strong> controlo, valores médios<br />

globais superiores aos observados <strong>no</strong>s tratamentos <strong>de</strong> remoção. De acordo com Bene<strong>de</strong>tti-<br />

Cecchi e outros (2000), medidas multivariadas como a similarida<strong>de</strong> são me<strong>no</strong>s variáveis que<br />

quantida<strong>de</strong>s univariadas e, embora a interpretação dos padrões previstos possa ser mais<br />

difícil em mo<strong>de</strong>los ecológicos <strong>de</strong>scritos por medidas multivariadas, o seu po<strong>de</strong>r predictivo<br />

po<strong>de</strong> ser maior, assim como a sua precisão e exactidão, o que po<strong>de</strong> ser muitas vezes<br />

vantajoso, face à elevada variabilida<strong>de</strong> intrínseca da maioria dos sistemas naturais.<br />

... duras<br />

No caso das algas encrustantes duras, eram esperados efeitos significativos e<br />

claros da remoção experimental <strong>de</strong> lapas, não só porque existem lapas adaptadas ao<br />

consumo <strong>de</strong>stas algas encrustantes, apesar da dureza resultante da calcificação das suas<br />

pare<strong>de</strong>s celulares (Steneck e Watling, 1982), mas, sobretudo, porque foi <strong>de</strong>monstrado que<br />

diversas espécies <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> algas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da acção herbívora <strong>de</strong> lapas para impedir<br />

que sobre elas cresçam outras algas, <strong>de</strong>signadamente folhosas e filamentosas (Branch,<br />

1975b; Paine, 1980; Steneck, 1982; Hawkins e outros, 1989; Dethier, 1994; Figueiredo e<br />

outros, 1996), ou mesmo que sobre elas haja <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimento em suspensão na<br />

água (Raffaelli, 1979). A frequente libertação <strong>de</strong> células da superfície exposta foi observada<br />

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